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A ASTROFÍSICA ESTELAR INVESTIGA O UNIVERSO E SUA EVOLUÇÃO
Brasília, 31 de março de 2015 – O Laboratório de Astrobiologia (AstroLab), do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP), por meio da astrofísica estelar, pesquisa as características e particularidades de estrelas, planetas e a evolução estelar, de modo a entender a estrutura do universo e o surgimento da vida.
Ele é resultado do esforço conjunto de pesquisadores de diferentes áreas com interesses comuns por astrobiologia.
Em 2009 o grupo ganhou um espaço físico, o Observatório Abrahão de Moraes, localizado entre as cidades de Valinhos e Vinhedo, no interior de São Paulo. Para o professor Jorge Horvath, pesquisador do AstroLab e docente do IAG, a diversidade de áreas de atuação dos membros é o componente principal que garante a qualidade dos trabalhos realizados.
“Um grande problema atual para a pesquisa é que as pessoas ficam extremamente fechadas em suas especialidades. Se voltarmos séculos, no momento do Renascimento, quando grandes avanços aconteceram, isso não ocorria. Os estudiosos tinham conhecimentos sobre muitas áreas, e Leonardo Da Vinci é o melhor exemplo disso”, afirma Horvath. De fato, estudar temas tão complexos como, em última análise, a origem de tudo que existe não poderia ser tarefa para apenas uma especialidade.
Em termos práticos, a astrofísica estelar estuda a origem e a evolução das estrelas. A formação dos astros ocorre em regiões densas de poeira e gás, compostas basicamente por hidrogênio. Sob a influência da gravidade, as nuvens que compõem a área de formação tendem a colapsar (algo como “implodir”) e formar proto-estrelas.
Daí por diante, até o fim de suas vidas, diferentes processos podem ocorrer com as estrelas – elas podem se tornar, por exemplo, nebulosas planetárias, supernovas, buracos negros, sofrer a influência de surtos de raio gama ou jatos estelares, entre vários outros destinos. E de lá sai material para compor todo o extenso campo que a astrofísica estelar estuda.
Observações – Devido às distâncias inimagináveis da Terra, o único dado que somos capazes de coletar dos astros é a radiação que emitem e chega até nós. Portanto, a astrofísica das estrelas é determinada por intermédio de observações, da busca pelo entendimento teórico e de simulações feitas em computador. Dessa maneira, utilizando técnicas avançadas, pode-se chegar à massa, temperatura, idade e diversas outras características físicas dos astros.
Embora a formação estelar pareça um processo complexo, explicar como as estrelas morrem é algo mais simples, pois a energia no núcleo das estrelas é formada por meio de fusão nuclear, por essa razão o fim de suas vidas é sempre uma explosão. “A explosão das estrelas sempre causa algum problema aos planetas vizinhos, e assim surge uma das principais questões a se estudar: a zona habitável para cada estrela. Principalmente das que estão próximas a Terra”, conta Horvath.
Contudo, é muito difícil prever a data exata de quando as estrelas explodirão. “As estrelas que formam o Cinturão de Órion, popularmente conhecidas como Três Marias, com certeza morrerão, mas não se pode afirmar se em um período de um milhão ou três milhões de anos”, completa o docente.
Hoje, o AstroLab funciona em parceria com diversos outros laboratórios, internos e externos à USP, como é o caso do Laboratório de Química Prebiótica (LQP) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que estuda como as moléculas imergem de materiais inorgânicos e atuam no início da vida; o Instituto de Astrobiologia (NAI) da Nasa; a Associação Europeia de Redes de Astrobiologia (Eana), entre outros.
O AstroLab mantém ainda uma forte preocupação em levar os conhecimentos produzidos para a sociedade, seja por meio de divulgações científicas, eventos abertos ao público, ou dando espaço para a viabilização de projetos de pessoas que não atuam na instituição.
Fonte: USP On line