Desenvolvimento Tecnológico
Sistemas espaciais, como satélites e foguetes, envolvem tecnologias complexas que passam por um extenso processo de desenvolvimento e de certificação, caracterizada pela exigência de testes e de confiabilidade, antes que possam entrar em operação. O processo desenvolvimento tecnológico perpassa por diversas fases que dependem da das necessidades técnicas e financeiras. Em geral, o desenvolvimento tecnológico inicia-se nas universidades, onde os conceitos básicos e as primeiras experimentações são realizadas. Nos institutos de pesquisas, as tecnologias são refinadas e submetidos os testes mais realísticos. E por fim, a tecnologia chega a indústria, onde é submetida a qualificação no espaço e inicia sua operação. Claros que os autores envolvidos nesses caminhos não são fixos, pois depende da estrutura e objetivos de cada instituição envolvidas. Contudo, o fluxo de desenvolvimento tecnológico requer fases de aprimoramento.
Compreender e correlacionar desenvolvimento de diferentes tecnologias requer uma métrica padronizada, para que as instituições envolvidas em um projeto ou uma missão possam ter a mesma compreensão sobre a maturidade de cada tecnologia. Nesse sentido, em 1989, a NASA adota o padrão TRL (Technology Readiness Level) como índice de medida de maturidade tecnológica. O TRL consiste em uma escala de 1 a 9 e, atualmente, é utilizada em diversos ramos tecnológicos para avaliação de mercado, gestão de risco e decisões de financiamento em diversos países como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e países Europeus. Baseado na escala original de TRL, a AEB disponibiliza em português a calculadora de maturidade tecnológica, o IMATEC.
Por causa do grande número de instituições, pesquisadores e fontes de recursos envolvidos em incontáveis projetos espaciais de pesquisa e desenvolvimento, é um grande desafio saber exatamente quais tecnologias e sistemas estão em desenvolvimento em determinado momento. Desafio maior ainda, na ausência de compartilhamento de informação, é conhecer aquilo que já foi desenvolvido. Nesse sentido, o projeto MAPTEC (Mapeamento das Tecnologias Espaciais) foi desenvolvido para ampliar nossa consciência sobre o desenvolvimento nacional de tecnologias espaciais por meio da análise de maturidade e de outras medidas comuns entre diferentes tecnologias. A partir desse conhecimento é possível melhor planejar investimentos e promover a cooperação entre quem faz tecnologia espacial no Brasil. O MAPTEC faz parte dos indicadores do Observatório do Setor Espacial Brasileiro.
A AEB apoia o desenvolvimento tecnológicos em suas diversas fases e em diversas instituições. Nas universidades, o Programa UNIESPAÇO fomenta a pesquisa, o desenvolvimento tecnológico e a formação de recursos humanos qualificados na área espacial, assim como incentiva a criação de ambiente favorável à inovação e ao empreendedorismo, no âmbito das ações prioritárias do Programa Espacial Brasileiro - PEB. Nos institutos de pesquisa, a AEB apoia, por meio de Termo de Execução descentralizada (TED), ações de pesquisa e desenvolvimento tecnológico em tecnologias associadas a veículos espaciais, Observação da Terra, Aeronomia, Astrofísica, Geofísica Espacial e Produtos e Processos Inovadores para o Setor Espacial e suas Aplicações. Na indústria, o desenvolvimento tecnológico tem sido incentivado principalmente por instrumentos como edital e encomenda tecnológica, tem o intuito de envolver a participação de empresas de todos os portes, desde startups àquelas mais maduras e consolidadas. Das iniciativas em curso, destaca-se o edital de subvenção econômica, elaborado em parceria com a FINEP e o MCTI, que visa ao desenvolvimento de um protótipo de foguete de capacitação com diversos tipos de propulsão (clique aqui para mais informações) e a encomenda tecnológica do Sistema de Navegação Inercial, cujas informações podem ser acessadas aqui.