Meteorologia
A necessidade de se lidar com as mudanças climáticas causadas pela ação do homem tem dado novos rumos à meteorologia. Atualmente, com a existência de tecnologias disponíveis para a coleta e o processamento de dados climáticos e ambientais. A compreensão dos fenômenos atmosféricos é primordial para a mitigação ou, sempre que possível, a prevenção de desastres naturais. Para tanto, torna-se necessária a coleta e a combinação de um volume grande de dados por meio de estações meteorológicas, sensores orbitais e aerotransportados, plataformas de coleta de dados, navios ou bóias oceânicas. A análise de um grande volume de dados demanda uma alta capacidade de gerenciamento e de processamento desses dados em tempo hábil ao planejamento e à execução de ações preventivas ou responsivas aos diferentes fenômenos.
No Brasil, o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, produz previsões confiáveis e as disponibiliza na internet desde 1995. O alerta antecipado de fenômenos climáticos e ocorrências diversas possibilita que indivíduos expostos a uma ameaça tomem ações em tempo suficiente para evitar ou reduzir os riscos.
As previsões climáticas são importantes para o planejamento estratégico de atividades econômicas e sociais realizadas pelo governo Ademais, a meteorologia pode trazer benefícios para áreas como a agricultura, indústria, transporte, geração e transmissão de energia, comércio, educação, turismo e defesa civil. A previsão de eventos naturais como El Nino ou La Niña, que provocam chuvas intensas e seca para diferentes regiões do País, tem auxiliado governos de diferentes esferas em ações para atenuar danos materiais e perdas humanas.
O setor espacial contribui de forma ativa com a meteorologia e com a prevenção de desastres naturais decorrentes de mudanças climáticas e de fenômenos atmosféricos. Os satélites meteorológicos são, geralmente, do tipo geoestacionário e situam-se a uma altitude de 36000 km. Para garantir a qualidade dos estudos meteorológicos, é necessária uma quantidade grande de dados coletados em diferentes regiões. Uma vez que a atmosfera terrestre é dinâmica, o clima de determinada região é influenciado não somente por fatores locais, mas, também, por eventos exógenos. A área espacial pode contribuir imensamente para o a meteorologia principalmente por meio de satélites, para se ter uma cobertura completa do planeta, é necessária uma constelação de satélites estrategicamente posicionados.
As imagens da cobertura de nuvens sobre a superfície da Terra são obtidas por meio de sensores de radiação eletromagnética em diversas faixas do espectro. O processamento e a análise das medidas de radiação podem gerar diversas informações que integram modelos numéricos de previsão do tempo, apontando perfis de temperatura e de umidade em diferentes camadas da atmosfera de forma contínua. Imagens sucessivas de cobertura de nuvens são utilizadas na identificação do deslocamento e da evolução das nuvens, estimando valores de direção e velocidade do vento em vários níveis na atmosfera. Outras informações derivadas de dados de satélites, tais como temperatura da superfície do mar, umidade do solo, dentre outras, são igualmente importantes para a previsão do tempo e do clima.
Na área de defesa civil, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações desenvolve, em articulação com vários parceiros, um Sistema Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais. Esse sistema tem como missão o aperfeiçoamento das respostas aos desastres naturais que nos últimos anos causaram grandes prejuízos socioeconômicos. . Essa iniciativa busca aumentar a capacidade da sociedade de reduziros efeitos das catástrofes naturais, diminuindo o número de vítimas e os prejuízos decorrentes a partir do fornecimento de informações sobre risco iminente de catástrofes. Entre as ações estabelecidas para o funcionamento do Sistema, está a criação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), vinculado à Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisas e Desenvolvimento (SEPED), do MCTI.
O monitoramento de desastres naturais como inundações, ciclones, secas agrícolas, deslizamentos de terra, terremotos e incêndios florestais é realizado a partir das informações geradas pelos sistemas aeroespaciais e disseminadas em tempo quase real para auxiliar a tomada de decisões. Os produtos gerados com imagens de satélite ajudam a responder a necessidade de informação que abrange todas as fases da gestão de catástrofes, tais como preparação, alerta precoce, resposta, alívio, reabilitação, recuperação e mitigação.
Fonte: INPE