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ABIN 25 anos
Retrospectiva ABIN 25 anos: greve dos caminhoneiros de 2018 aperfeiçoou o acompanhamento de Inteligência Corrente
Mobilização
A mobilização dos caminhoneiros teve início na madrugada de 21 de maio, em um entroncamento na rodovia Dutra, no estado do Rio de Janeiro. Rapidamente o movimento se espalhou para importantes centros rodoviários e logísticos do país e bloqueios de rodovias foram registrados em 25 Unidades da Federação.
À época, instituições integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) acompanhavam permanentemente a dinâmica dos fatos e intercambiavam dados e conhecimentos a fim de compreender o quadro situacional e delinear cenários. A ABIN e os órgãos do Sisbin coletavam dados e produziam conhecimentos para assessorar o processo decisório governamental no transcorrer do evento. Algumas das ações empreendidas pela Inteligência de Estado durante a mobilização foram:
- Coleta e análise de dados: a ABIN e outras agências de Inteligência mapearam os principais pontos de bloqueio nas rodovias e forneceram avaliações sobre os riscos e impactos da greve que englobavam possíveis desdobramentos socioeconômicos.
- Coordenação de ações governamentais: os dados e conhecimentos gerados pela ABIN e órgãos do Sisbin foram compartilhados com diversas esferas do governo e a coordenação da área de Inteligência permitiu uma resposta organizada e estratégica, subsidiando negociações com representantes dos caminhoneiros e implementação de medidas de contingência para minimizar os efeitos da mobilização.
- Garantia de Segurança e Ordem Pública: a atuação dos órgãos de Inteligência também incluiu a identificação de possíveis ameaças à ordem pública e à segurança nacional. Informações sobre ações de sabotagem, vandalismo, interferências externas e outras atividades ilícitas foram monitoradas para garantir uma resposta rápida das forças de segurança.
Aprendizado institucional
Na ABIN, episódios como o ocorrido em maio de 2018 são categorizados como eventos críticos, ou seja, ocorrências de caráter episódico que incidem em determinada localidade geográfica do país – ou em cadeia ao longo de diversas localidades – e cuja gravidade imediata e seus desdobramentos afetem o regular exercício de direitos fundamentais ou o funcionamento de infraestruturas críticas estratégicas.
A mobilização dos transportadores autônomos permitiu à Agência readequar estruturas organizacionais, redesenhar rotinas e fluxos de trabalho, capacitar profissionais e aprimorar a interlocução com os órgãos do Sisbin. Passados seis anos, citam-se como avanços: robustecimento da estrutura dedicada a detectar e acompanhar eventos críticos; instituição e validação de protocolo para acompanhamento de eventos críticos; e inserção do conceito de Inteligência Corrente na Doutrina da Atividade de Inteligência de 2023, incluindo o tratamento de eventos críticos como um dos ramos da Atividade de Inteligência voltada para a função informacional.
Por fim, pontua-se que o trabalho desenvolvido pela ABIN antes e durante a mobilização dos transportadores autônomos ocorreu no contexto de suas atribuições institucionais de obter dados, identificar ameaças e disseminar conhecimentos sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado, de acordo com parâmetros da Política Nacional de Inteligência.