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ABIN 25 anos
Retrospectiva ABIN 25 anos: ABIN auxilia a estruturação de serviços de Inteligência de outros países
Como parte da política externa de incentivo à cooperação com África, América do Sul e membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e também com base na própria reestruturação da Inteligência brasileira, que culminou na criação da ABIN em 1999, a Agência enviou equipes a Angola, Namíbia, Timor Leste e Paraguai.
Em todas as ocasiões, oficiais de Inteligência da ABIN lecionaram sobre Inteligência, contribuindo na formação de seu quadro de funcionários, ou assessoraram sobre gestão e outros assuntos pertinentes.
A presença da ABIN em outros países, seja em missões educativas ou de cooperação na estruturação e formação de serviços de Inteligência parceiros, é uma oportunidade de fortalecer parcerias e intensificar a troca de informações estratégicas.
Paraguai
De 2017 a 2024, a ABIN participou ativamente da estruturação da Secretaria Nacional de Inteligência (SNI), desde apoio aos primeiros servidores cedidos, do concurso inaugural e dos cursos iniciais. Com efeito, a Inteligência de Estado paraguaia foi implementada entre 2017 e 2019 e o Brasil ajudou o país vizinho a construir a Secretaria desde a base. De 2020 a 2024, os esforços de cooperação se concentraram na construção da escola de Inteligência do serviço congênere, prevista no organograma desde sua fundação.
Nesse período, a ABIN igualmente colaborou e realizou intercâmbio de dados em várias áreas de conhecimento, especialmente quanto ao contraterrorismo e ao enfrentamento do crime organizado transnacional e outros ilícitos ocorridos na fronteira. Durante a pandemia de Covid-19, a Agência integrou esforços conjuntos com organismos de Inteligência do Paraguai para compreensão do fenômeno e produção de conhecimentos sobre o tema para as autoridades de ambos os países.
A atuação da ABIN no Paraguai envolve várias instituições de Inteligência, além do SNI, tendo colaborado com atividades de ensino e instrução com praticamente todas elas, além do intercâmbio de dados.
República Democrática do Timor Leste
O início da cooperação com o Serviço Nacional de Inteligência (SNI), do Timor Leste, começou em 2010 e durou alguns anos. A missão teve um escopo educacional, que consistiu em aulas sobre procedimentos de análise, Contrainteligência e Operações para servidores; e um escopo gerencial, de cooperação para a reestruturação do serviço. Neste âmbito, a ABIN prestou assessoramento de segurança orgânica, estruturação da análise e gestão tecnológica.
Coincidentemente, em 2011, um órgão estatal do Timor Leste sofreu violação de terminais eletrônicos e o serviço de Inteligência timorense solicitou auxílio da equipe da ABIN que estava no país. A partir desse incidente, a Agência assessorou o SNI na criação de um plano de segurança orgânica para oferecer àquele fórum.
República da Namíbia
Equipe da ABIN passou um mês em 2005 em missão no Serviço Central de Inteligência da Namíbia (NICS). O chefe do NICS disse aos instrutores brasileiros, após três semanas de aulas, que ia cancelar o restante do curso porque havia percebido que os brasileiros eram muito experientes e por isso queria que eles dessem um curso para os gestores do serviço local sobre gestão de serviço de Inteligência, ao invés de terminar o curso já iniciado.
Para cumprir a missão iniciada e atender à nova demanda, os instrutores da ABIN acordaram com o chefe do NICS que concluiriam o curso iniciado segundo a programação original, porém fariam um curso extra, à noite, voltado para os gestores, naquela última semana. E assim foi feito.
República de Angola
Finda a Guerra Civil angolana, que durou de 1975 a 2002, o país precisou reconstruir suas instituições, dentre elas o serviço de Inteligência. Assim, a ABIN enviou uma equipe a Angola em 2004 com a missão de orientar a estruturação do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado de Angola (Sinse) a convite do Estado angolano. O serviço de Inteligência anterior era militar e um novo órgão de Inteligência estava sendo criado.
Servidores da ABIN passaram um mês em Angola lecionando cursos de Inteligência, de Contrainteligência e de formação de instrutores. A missão foi tão bem realizada que o presidente de Angola esteve no aeroporto para agradecer e se despedir dos instrutores.