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PÓS-GRADUAÇÃO
Marco Cepik, diretor-adjunto da ABIN, realiza aula inaugural de cursos de especialização
O diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Marco Cepik, realizou na segunda-feira, 25 de março, aula magna dos três cursos de especialização que serão realizados ao longo de 2024 por servidores da ABIN e do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). Os cursos de pós-graduação, uma iniciativa inédita, fazem parte da nova estratégia de capacitação promovida pela Escola de Inteligência (Esint) da ABIN.
Cepik abordou na aula os desafios externos, nacionais e setoriais para a Inteligência de Estado; a relevância da Inteligência estratégica; o controle externo como forma de legitimar a Atividade de Inteligência e a evolução do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin).
O diretor-adjunto fez uma panorâmica do contexto internacional e dos desafios externos e nacionais, ressaltando que a Inteligência estratégica é crucial para o país. “A Inteligência estratégica importa porque as configurações de segurança de cada país são condicionadas por dinâmicas internacionais e nacionais complexas”, declarou. Como exemplos, ele citou mudanças climáticas e demográficas.
Para Cepik, é preciso mitigar a recorrência de crises institucionais na área de Inteligência por meio de controle externo. “É necessário rearranjar o patamar de institucionalização e a importância do controle externo. Sem controle externo, perdemos o input do reajuste das necessidades de legitimidade para agir”, afirmou. “Precisamos de controle externo para legitimar, coesionar e garantir relevância”, concluiu.
Ele também citou como necessidades: aumentar a especialização funcional dos integrantes do Sisbin, melhorar a governança do Sistema, regulamentar e qualificar operações cinéticas e cibernéticas, fortalecer a Contrainteligência e revisitar os planos estratégicos, a Política e a Estratégia Nacional de Inteligência.
Escola de Inteligência
Na abertura do evento, a diretora da Escola de Inteligência, Anna Cruz, buscou definir o que é Atividade de Inteligência. “Não é bisbilhotagem, não é espionagem, não é cabinet noir, não é aparato de coerção de inimigos imaginários de forças políticas de ocasião - é serviço público de país democrático, atividade especializada, de Estado, que busca excelência profissional, transparência, controle e diálogo com a sociedade. Não é exatamente diplomacia nem polícia nem defesa - é assessoramento para subsidiar tomada de decisão esclarecida e livre sobre políticas públicas que impactem a segurança nacional”, declarou.
Para explicar a Atividade de Inteligência, Anna Cruz considera ser fundamental falar do futuro. “Num exercício de visão de longo alcance, permanecem os Estados, as gentes e seus sonhos. Queremos que permaneçam a democracia, o tecido humano feito de fibras de fraternidade e paz, mas sabemos que permanecerão interações adversariais, vulnerabilidades a serem enfrentadas no esforço de instituições do Estado e dos servidores que lhe animam”.
A diretora explicou que “questões de interesse da Atividade de Inteligência são as que representam ameaça existencial à segurança de pessoas e instituições, porque justamente comprometem o futuro de um país democrático, que tem uma agenda de direitos humanos e que se projeta, de maneira pacífica, como referência e inspiração neste subcontinente”.
E continuou seu raciocínio, dizendo que, para o futuro, a Atividade de Inteligência identifica novos atores e perigos. “A segurança nacional é indissociável da segurança da pessoa. Por óbvio, esse serviço, público, deve contribuir para a segurança do cidadão”, afirmou.
Por fim, ressaltou que a Escola, o ensino e a pesquisa são forças propulsoras e produtivas e convidou os alunos dos cursos de especialização a refletir sobre o cultivo de uma “Atividade de Inteligência brasileira, moderna, ética e comprometida com seu povo”.