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Diretores da ABIN apresentam “Desafios da Inteligência” na Enap
A publicação “Desafios de Inteligência – Edição 2025” foi apresentada pelos diretores da área de produção de Inteligência da ABIN em evento realizado na Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em Brasília/DF, nesta quarta-feira – 26 de fevereiro. O objetivo foi mostrar a profissionais de outras instituições a estrutura e os principais desafios listados pelo documento.
Integrantes de órgãos como o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Banco do Brasil, o IBGE, as Forças Armadas e a própria Enap participaram.
O secretário de Planejamento e Gestão (SPG) da ABIN, Rodrigo de Aquino, e quatro diretores detalharam as características dos “Desafios de Inteligência”. A equipe da Agência ressaltou que a publicação é inédita, aberta, analítica, ostensiva e gratuita.
“Esse produto foi desenvolvido com o espírito de abertura e de transparência ativa. A gente pretende buscar novas formas de encapsular o conhecimento que a Agência produz”, afirmou o secretário.
O livro, lançado no fim do ano passado em meio às comemorações dos 25 anos da ABIN, aponta os cinco principais desafios para a Inteligência no Brasil em 2025: segurança das instituições democráticas, segurança cibernética, resiliência de setores estratégicos, mercados ilícitos e crime organizado transnacional e espionagem e interferência externa.
O documento também traz discussões sobre transições globais (clima, demografia, tecnologia), situação internacional (competição, conflitos) e América do Sul (segurança, integração).
A diretora da Escola de Inteligência (Esint), Anna Cruz, destacou que a obra parte dos desafios globais até chegar aos desafios regionais e fortalece a interlocução da Agência com a sociedade. “Há dois resultados principais: aumento da legitimidade e da reputação da ABIN e melhora da produção de Inteligência”, comentou Anna.
Desafios
Ao explicar os desafios exibidos pelo livro na área de segurança das instituições democráticas, a diretora de Inteligência Externa da ABIN, Ana Martins Ribeiro, expôs que há um contexto de aumento das ameaças do extremismo violento em escala global. “O que se vê é uma ampliação das dimensões do extremismo violento no mundo e no Brasil. São exemplos os ataques violentos em escolas registrados no país a partir de 2022 e o aumento de grupos de deslegitimação do Estado”, exemplificou a oficial de Inteligência.
Em relação aos mercados ilícitos e ao crime organizado transnacional, o diretor de Inteligência Interna da ABIN, Esaú Lima Feitosa, ressaltou a existência de riscos cada vez mais sofisticados e complexos. “O Brasil é corredor logístico e o segundo maior mercado consumidor de cocaína do mundo. Esse mercado perene resulta em aumento do número de mortes violentas por disputas”, comentou.
Já o diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações (Cepesc) da ABIN, Vanderson Covre Rocha, pontuou que disputas internacionais atingem a segurança da informação dos países. “Há uma sofisticação dos métodos de ataque por meio da Inteligência Artificial. Uma das principais preocupações é manter o funcionamento dos serviços públicos”, declarou o gestor.
A equipe da Agência ainda apresentou os desafios relacionados à resiliência de setores estratégicos. A diretora de Contrainteligência, Cristina Célia Fonseca Rodrigues, fez um alerta sobre a necessidade de fomentar a cultura de proteção de conhecimentos. “No Brasil, identificamos baixa percepção do potencial das ameaças. Geralmente, não nos atentamos aos riscos de ações como engenharia social e acesso indevido”, explicou.