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Play True
Live marca ação educativa da ABCD no Dia Internacional do Jogo Limpo
No Dia Internacional do Jogo Limpo, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) promoveu um debate virtual com os principais comitês esportivos do país. Celebrado todo 8 de abril, a campanha promovida pela Agência Mundial Antidopagem (AMA-WADA) ganhou um lema este ano: “Pela Paz”, em referência à guerra na Ucrânia. A ação internacional consiste em divulgar a moldura do Play True (Jogo Limpo) nas redes sociais, para sensibilizar e mostrar a união em torno desse objetivo.
O diretor geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Rogério Sampaio, foi um dos convidados da Live da ABCD e resumiu o espírito do Jogo Limpo: “Uma atitude que os atletas têm que aprender desde muito jovens, cumprir as regras e disputar com o adversário em condições de igualdade, é o que o Jogo Limpo prega. As vitórias devem ser conquistadas pelo treinamento e esforço pessoal”.
O evento online integra as ações educativas da Autoridade Brasileira e corrobora para a divulgação do Jogo Limpo pelo mundo. “Temos a Live como uma ação concreta de informação e educação da ABCD. Nesse sentido, todas as organizações se movimentam e não deixam passar em branco uma data como essa”, destacou a secretária nacional da ABCD, Luísa Parente.
E educação é a palavra de ordem quando o tema é antidopagem. Por isso, iniciativas que levem informação aos atletas, comissão técnica, profissionais de saúde, dirigentes e familiares devem ser contínuas ao longo da trajetória de todos. É o que opinaram os participantes da Live.
“Se a gente não fizer isso de forma sistemática, repetitiva, que vire de fato um mantra, acaba não funcionando”, apontou o coordenador de Saúde do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Hésojy Silva. Ele afirmou que combater a contaminação e o uso indiscriminado da suplementação, por exemplo, é um trabalho educativo.
“No CPB, a gente atrela 100% das convocações aos cursos oficias, à certificação da WADA pelo Adel (plataforma de educação da Agência Mundial Antidopagem). Isso cria uma cultura forte nos atletas e corpo técnico de que eles estão sendo monitorados. Outra coisa que dá muito impacto é um rigor no controle da suplementação”, completou Hésojy Silva.
Da mesma forma, os atletas olímpicos da base ao alto rendimento que representam o Brasil em competições internacionais não saem do país sem informações antidopagem fornecidas pelo COB. Rogério Sampaio ressaltou a receptividade dos desportistas em relação ao tema. “Os atletas recebem as informações sempre com curiosidade, com espírito de querer aprender cada vez mais”, elogiou.
Rogério Sampaio deu o exemplo dos Jogos Sul-americanos da Juventude, em Rosário (ARG), que reunirá atletas com até 18 anos. O embarque da delegação brasileira será em 26 de abril, mas no dia anterior, todos os atletas estarão no Rio de Janeiro para receber informações sobre diversos temas, dentre eles educação e prevenção à dopagem. “A competição reúne atletas jovens e vejo todos preocupados quanto ao regramento e quanto mais cedo receber a informação melhor”, completou.
No caso do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), as ações com as entidades esportivas, grandes formadoras de atletas no país, é para levar informação antidopagem para dentro dos clubes, seja por meio impresso, digital, palestras e treinamentos. “Somos parceiros no sentido de que tudo que a ABCD promove e informa a gente leva ao clube. É importante que a informação está chegando, principalmente em clubes menores, que às vezes nem tinha acesso a ela”.
A parceria e cooperação entre os comitês e a ABCD foi lembrada por todos os participantes como uma das estratégias que resultaram no fortalecimento da cultura antidopagem no país. O Fórum Brasileiro Antidopagem é um dos espaços que reúne as entidades esportivas. São 11 integrantes que fazem parte do colegiado que tem o papel de observar se o Decreto 6.653/2008 , que promulga a Convenção Internacional Contra o Doping no Esporte, está sendo cumprido.
Legado e conformidade
Até o mês de maio, as organizações antidopagem em todo o mundo devem preencher o Questionário de Conformidade com o Código da Agência Mundial Antidopagem. Trata-se de uma ferramenta que possibilita uma avaliação do Jogo Limpo em todas as áreas de atuação das autoridades nacionais.
A secretária nacional da ABCD revelou que 97% da ferramenta está preenchida, o que deixa uma grande margem para a equipe técnica revisar e detalhar as ações antidopagem realizadas no país. “Ao preencher o questionário, temos tido a satisfação de vermos que estamos muito bem desenvolvidos. Claro, melhorias sempre podem acontecer, mas temos prazo grande para chegarmos nos 100% de preenchimento do questionário”.
Secretário da ABCD entre 2016 e 2017, Rogério Sampaio falou sobre a evolução que a antidopagem tem alcançado no Brasil e destacou a criação do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD) como um marco dessa história. “Antes, cada confederação julgava seu atleta em relação à substância proibida detectada. A partir da criação do Tribunal, todas as modalidades passaram a ter um equilíbrio na dosagem da pena em relação à substância consumida. Isso trouxe uma igualdade entre todos os atletas”.
Outro marco foram os Jogos do Rio em 2016, conforme apontou Hésojy Silva: “Para quem trabalha com esporte há muitos anos, é como se nós saíssemos do amadorismo para o total profissionalismo”. Um dos legados foi o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), único credenciado pela AMA-WADA na América do Sul atualmente. Localizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a estrutura foi totalmente equipada e reformada para realizar as análises das amostras durante as Olimpíadas e Paralimpíadas no Brasil.
Diretoria de Comunicação – Ministério da Cidadania