Notícias
Jogo Limpo
Live debate desafios trazidos pela pandemia ao Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem
Ao paralisar o esporte mundo afora, a pandemia do novo coronavírus também impactou negativamente no orçamento do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD). Sem testes em competições, o número de amostras enviadas para análise no local alcançou 20% do previsto para o período. São duas mil até o momento.
Ter um laboratório com essa qualidade é motivo de orgulho, principalmente porque completa nosso sistema antidopagem e mantém a nossa conformidade como um todo, permite que possamos sediar e participar de grandes eventos"
Luisa Parente, secretária da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem
Convidado da Live da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania desta quinta-feira (01.10), o diretor do laboratório, que fica no Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que os recursos da instituição de ensino são para o pagamento de despesas como contas de água e luz, além de salários. A manutenção dos espaços e equipamentos, treinamentos da equipe e compra de insumos, por exemplo, são realizados com recursos que o LBCD consegue captar.
“A nossa premissa é ser autossustentável. No entanto, a situação em função da Covid-19 é delicada. A gente torce para que o fluxo de amostras volte a ser o que era, porque isso garante a perenidade do laboratório. Hoje estamos em 1º de outubro e era para termos recebido aproximadamente dez mil amostras. Estamos atentos, procurando opções, e uma delas é por meio de emendas parlamentares”, explica o professor Henrique Marcelo Pereira, diretor do LBCD.
Um dos 26 laboratórios acreditados pela Agência Mundial Antidopagem (AMA-WADA), o LBCD bateu seu recorde em 2019, com 10,6 mil análises, o que fez com que a projeção fosse de crescimento para os anos seguintes. “Fizemos um trabalho intenso para aumentar o número de parceiros, inclusive com outras autoridades de teste de países vizinhos. Nós somos o único laboratório acreditado pela WADA na América do Sul. O esporte da nossa região precisa usar o LBCD, somos um patrimônio do Brasil e do continente”, destaca Henrique Pereira. Há laboratórios similares em apenas 22 outros países.
A secretária nacional da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), que também participou da Live, lembrou que a iniciativa privada pode apoiar o laboratório por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Luisa Parente ressaltou ainda a importância de cada um dos integrantes do Sistema Brasileiro Antidopagem, que inclui o Tribunal de Justiça, estar em pleno funcionamento para que as entidades se mantenham dentro das regras de conformidade da Agência Mundial.
“São muitas exigências previstas no Código Mundial Antidopagem. A conformidade de uma Autoridade como a ABCD vai desde estabelecer um Programa Nacional Antidopagem, um Plano de Distribuição de Testes, ter grupos-alvo, imputar os dados no Sistema Mundial Adams. Isso requer recursos financeiros e humanos para termos a eficiência necessária”, apontou Luisa Parente. “Ter um laboratório com essa qualidade é motivo de orgulho, principalmente porque completa nosso sistema antidopagem e mantém a nossa conformidade como um todo, permite que possamos sediar e participar de grandes eventos. Se uma parte dessa engrenagem não estiver em conformidade, compromete todo o esporte”, completa.
Construído para os Jogos Rio 2016, as novas instalações e equipamentos do laboratório, além do treinamento das equipes técnicas, receberam R$ 280 milhões de investimentos. “A pressão sobre o país e o laboratório escolhidos para os Jogos é gigantesca. Analisamos quase sete mil amostras, liberando os resultados em 24 horas. Os atletas competem em um intervalo de tempo curto, imagina como seria isso em um país como o Brasil, a 12 horas de voo de qualquer laboratório no exterior? Foi um orgulho estarmos no encarte de apresentação da campanha da candidatura do Rio como sede dos Jogos”, exaltou o diretor do LBCD.
Diretoria de Comunicação – Ministério da Cidadania