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Educação antidopagem alcança 78 mil pessoas em 2019 e ABCD busca consolidar cultura do Jogo Limpo no país
O público é movido pelas emoções e resultados que acontecem nas quadras, nos campos, nos ginásios, nas raias ou nas areias. Porém, o trabalho intenso e silencioso nos bastidores garante a competitividade justa e limpa. Proteger o atleta limpo é a missão da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). Para marcar o Dia Nacional do Jogo Limpo, celebrado nesta quarta-feira (15.01), a secretária nacional da ABCD, Luisa Parente, e o diretor técnico da entidade, André Siqueira, participaram de entrevista ao vivo por meio dos perfis das redes sociais da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
O trabalho da ABCD busca garantir condições de igualdade para os atletas que brigam por pódios, seja em modalidades olímpicas ou paralímpicas. Com a missão de consolidar a cultura antidopagem no país, a entidade transmite aos atletas que a coragem, a força de vontade, o treinamento e a determinação são os caminhos éticos para alcançar os resultados desejados.
“O grande desafio nosso é na área da educação antidopagem, que é a forma de prevenir. Tudo leva como base os valores do esporte. Podemos dizer que o sinônimo de antidopagem é a ética. Dentro da ética podemos trabalhar diferentes valores encontrados no esporte. O que ajuda a manter o jogo limpo é a conduta de cada pessoa que faz parte do jogo”, explica Luisa Parente.
No universo esportivo, o ano de 2020 será importante em função dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, no Japão. Segundo Luisa Parente, o controle antidopagem no país manterá os investimentos de cerca de R$ 8,2 milhões. “Vamos manter o orçamento de 2019, no qual tivemos uma eficiência de quase 100% de utilização. Isso mostra que a gente está atuando de acordo com o planejado. Assim, as ações possibilitam margem para planejar 2021 com um acréscimo no orçamento, pois existe perspectiva de crescimento na área de educação”, analisa.
A secretária aproveitou a oportunidade para anunciar ações que serão implementadas no ano olímpico, como a capacitação ADEL. “Os cursos oficiais da Agência Mundial Antidopagem, com conteúdo totalmente oficial e atualizado, serão traduzidos para o português. Eles são segmentados por categorias. São cursos específicos para atletas, médicos, treinadores, família de atleta etc. Estamos no processo de aquisição e esperamos que os cursos estejam disponíveis ainda no primeiro trimestre, portanto, antes de Tóquio 2020”, revela a secretária.
“Nós também vamos fornecer manual para uma ação antidopagem a todos os proponentes com projetos aprovados na Lei de Incentivo ao Esporte. Temos também a cartilha de capacitação voltada para os profissionais da área de educação física que atuam em projetos sociais da Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (Snelis). Assim, a ideia é trabalhar a capacitação dos profissionais para atuarem com a educação antidopagem como tema transversal ao esporte”, anuncia.
Balanço de 2019
A luta contra a dopagem por meio da educação foi intensa em 2019. Crianças, jovens, atletas consagrados, treinadores e comissões técnicas foram impactados por ações educativas. Informações sobre valores éticos e morais no esporte, respeito aos adversários, honestidade e disciplina foram conceitos transmitidos pela ação #JogoLimpo. Cerca de 78 mil pessoas foram impactadas pelo programa de educação antidopagem.
Além de promover trabalhos voltados para prevenção, a ABCD realizou coletas para testes durante períodos de competição e fora de competição. Foram 8.697 operações de controle de dopagem, das quais 59 tiveram resultados analíticos adversos, identificados com positivos para substâncias proibidas.
O futebol foi a modalidade com maior número de casos de violações às regras antidopagem, com 15 ocorrências, seguido pelo ciclismo, com 11, e o fisiculturismo, com 9. As substâncias proibidas mais detectadas foram diuréticos e agentes mascarantes, com 18 casos. Os estimulantes, 13 casos, e os agentes anabólicos, 12, ficaram também entre as maiores ocorrências.
“O futebol é um caso específico, pois a modalidade faz muito mais testes do que as outras modalidades. Assim, naturalmente o futebol terá mais resultados positivos. A CBF [Confederação Brasileira de Futebol] emprega verba, além de consumir tempo e pessoal para gerir o processo. O futebol é a modalidade com o maior número de casos porque é proporcional ao número de testes realizados”, disse André Siqueira.
As análises de todas as amostras colhidas durante os testes de controle de dopagem realizados pela ABCD foram feitas pelo Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), vinculado ao Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Breno Barros, Ascom – Ministério da Cidadania