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Jogo Limpo
ABCD promoveu mais de 2,7 mil testes antidopagem antes dos Jogos de Tóquio 2021
Os atletas se preparam para as primeiras competições dos Jogos Paralímpicos, que teve a cerimônia de abertura nesta terça-feira (24.08), com a expectativa por disputas justas e igualitárias. Para garantir os valores do esporte, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) realizou 2.766 testes para detectar o uso de substâncias ou métodos proibidos em praticantes de 23 modalidades no primeiro semestre deste ano. Parte do Grupo Alvo de Testes (GAT), as delegações do Brasil tiveram 290 atletas testados (153 olímpicos e 137 paralímpicos), ao longo de 792 missões.
“A Secretaria Especial do Esporte defende o Jogo Limpo dando todo suporte à atuação da ABCD. Além de preservarmos competições justas e éticas, defendemos os valores do esporte, que são exemplos a serem seguidos pela sociedade em geral“, afirmou Marcelo Magalhães, secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
“O Brasil é signatário de diversos acordos internacionais e temos a missão e o compromisso de garantir competições limpas, livres de dopagem. Todos os países que participam dos Jogos seguem regras e padrões estabelecidos pela Agência Mundial Antidopagem (AMA-WADA) a fim de preservarmos os valores do esporte e termos a certeza que os atletas conquistaram os resultados por seu esforço e dedicação”, analisa Luísa Parente, secretária nacional da ABCD.
Para tanto, o trabalho da Autoridade Brasileira vai além da coleta das amostras biológicas dos atletas em competição ou fora dela. Apenas em 2021, foram 38 ações educacionais com mais de 9,5 mil atendidos, dentre atletas, comissões médica e técnica, pessoal de apoio e dirigentes. “Nosso trabalho se materializa no controle de dopagem, mas é na prevenção que a gente concentra nossos esforços para, um dia, atingir a meta universal de erradicar a dopagem no esporte”, projetou Luísa Parente.
Com a meta de zero caso de dopagem nos Jogos de Tóquio, a ABCD promoveu capacitação online composta por doze tópicos obrigatórios, sobre direitos, responsabilidades, riscos atrelados ao uso de substâncias, valores do esporte e sobre a atuação da Autoridade Brasileira para as delegações olímpica e paralímpica do país.
“O conteúdo fica disponível de forma gratuita e permanente. Se temos um foco nos megaeventos neste momento, é pela importância deles, mas nossa atuação se dá durante todo o ano em diversos eventos e competições pelo país e em todas as esferas e níveis esportivos, prestando esclarecimentos e distribuindo material informativo”, detalha Luísa Parente.
Adicionalmente, ABCD disponibiliza cursos na plataforma ADEL, criada pela Agência Mundial Antidopagem (WADA-AMA). O conteúdo está sendo traduzido para o português e até o fim do ano oito módulos já estarão disponíveis a atletas, equipes técnicas, médicos, familiares, treinadores e até mesmo atividades destinadas a crianças em idade escolar.
“A regra antidopagem é clara e está posta para todos. O atleta, as confederações e comitês sabem que são regidos pelo princípio da responsabilidade objetiva: o atleta é responsável por tudo aquilo que ele ingere e pelo que é encontrado no seu organismo”, destacou a secretária nacional da ABCD.
A preocupação se estende também à atuação de Oficiais de Controle de Dopagem (OCD) que realizam a coleta de amostras biológicas dos atletas em competições e fora delas. Mesmo após passarem por capacitações e serem certificados, eles participam de atualizações frequentes, a fim de manterem o alinhamento com o Código Mundial Antidopagem e padrões internacionais, constantemente revisados pela Agência Mundial Antidopagem.
Afinada com as entidades internacionais dedicadas ao tema, a ABCD está comprometida a implantar o uso do aplicativo “DCO Central”. Disponibilizado pela AMA-WADA, a ferramenta minimizará riscos de erros e agilizará o procedimento de coleta e inserção dos dados no sistema mundial. O objetivo é adquirir os equipamentos necessários para implementar o sistema até o próximo ano.
O resultado dessas práticas é maior eficiência na proteção dos direitos do atleta ao jogo limpo, à saúde, e na disseminação dos valores do esporte. Para realizar todas essas tarefas, a ABCD empenhou R$ 2,72 milhões da sua dotação orçamentária em 2020, praticamente 100% dos R$ 2,73 milhões disponíveis.
Como funcionam os testes
Os atletas são notificados por um oficial treinado e credenciado pela ABCD, que deve se identificar. Eles podem ser selecionados para a coleta em qualquer lugar, durante todo ano, dentro ou fora do ambiente de competição. Depois de realizar a notificação, o oficial deve acompanhar e testemunhar todo o processo, para garantir que os direitos do competidor sejam assegurados, e que o tratamento seja justo e imparcial.
Após assinar a notificação, o atleta deve se apresentar em uma Estação de Coleta imediatamente, munido de documento de identificação com foto, sempre acompanhado pelo oficial. A requisição pode solicitar amostras de sangue, urina ou ambas. Antes de coletar o material, ele deve comunicar o uso de qualquer medicação, substância ou suplementos consumidos nos sete dias anteriores ao exame.
Serão coletadas duas amostras: a amostra A será utilizada pelo laboratório, necessariamente certificado ou aprovado pela Agência Mundial Antidopagem (AMA); a B poderá ser armazenada por até 10 anos, caso haja necessidade de uma nova análise.
Em caso de resultado analítico adverso, os resultados são encaminhados para a organização antidopagem que autorizou o teste, a federação internacional do esporte praticado pelo atleta e também para a AMA-WADA. O resultado será revisado e será realizada uma pesquisa para verificar se o atleta tem Autorização de Uso Terapêutico (AUT) para utilizar a substância detectada na amostra. Caso não seja autorizado, ele receberá uma notificação.
Depois de notificado, o desportista tem o direito de solicitar a análise da amostra B e estar presente quando o resultado for divulgado, e de apresentar evidências em contrário. Mesmo que o consumo de substâncias adversas seja confirmado e a sanção seja definida, ele ainda pode apelar da decisão.
Para assegurar o direito de defesa dos atletas em potencial violação de regra, o Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem criou um setor de Defensoria Pública: quem não tiver recursos para contratar um advogado pode recorrer a um dos defensores listados no
site da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
Diretoria de Comunicação – Ministério da Cidadania