Notícias
Webinar Destaca Educação Alimentar como Agente de Mudança Social
O papel da Educação Alimentar e Nutricional (EAN) como agente de mudança social foi o principal ponto de consenso entre os participantes do curso “Alimentação escolar como estratégia educativa para uma vida saudável”, realizado, no último dia 06/07, pelo projeto “Consolidação de Programas de Alimentação Escolar na América Latina e no Caribe” , que faz parte do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO. A iniciativa de cooperação técnica é executada em conjunto pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE) , pelo Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC) e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Na ocasião, os especialistas destacaram que as práticas de EAN podem promover mudanças nos hábitos alimentares dos alunos, de seus familiares, dos ambientes escolares e das comunidades locais. O curso chegou à segunda edição em 2021, e pretende capacitar 2.700 profissionais de Colômbia, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru e República Dominicana.
A sessão ao vivo, que contou com cerca de 1.500 visualizações nas redes sociais Twitter e YouTube, começou com a apresentação de experiências de sucesso de dois países. Um dos destaques apresentados pela Argentina foi a substituição de uma cantina de guloseimas por outra, com alimentos saudáveis, o que teve ótima aceitação por parte dos alunos de uma escola localizada em uma província do país, com aumento no consumo de alimentos saudáveis entre jovens e seus familiares, além de maior conscientização sobre a alimentação no ambiente escolar.
Outra experiência apresentada foi a de escolas na Colômbia, nas quais os alunos começaram a ter contato com as práticas da EAN, adotando hortas escolares como ferramenta pedagógica e formando hábitos saudáveis. Os alunos participaram de oficinas com nutricionistas sobre preparo de refeições e dos alimentos que ingeriam, seu peso, seu índice de massa corporal, além de orientações sobre a leitura dos rótulos dos alimentos.
A palestrante Melissa Vargas, especialista em nutrição da FAO-Roma, mencionou tais práticas como exemplos de mecanismos de mudança individual e social. “Não devemos ter a perspectiva de que a EAN é algo difícil ou complexo de se implementar. Os jovens podem ser facilitadores no processo de mudança para os outros” , disse Vargas.
Veronica Sánchez, consultora nacional da EAN do Ministério da Educação de El Salvador, falou da importância dos professores na mobilização dos estudantes. “É preciso motivar os jovens a serem agentes de mudança, a se comunicarem, a aprenderem e a se capacitarem para mobilizar outros colegas” .
Jovens Líderes
Reina Osório, especialista em estratégias de EAN da FAO-El Salvador, compartilhou a experiência de jovens facilitadores em segurança alimentar e nutricional no país, onde é usada metodologia para transformar jovens da educação básica em líderes para a promoção de boas práticas alimentares e nutricionais. “Respeito, cooperação e criatividade nas ações de formação são elementos fundamentais” , disse Osório.
Najla Veloso, coordenadora, pela FAO, do projeto Consolidação dos Programas de Alimentação Escolar na América Latina e Caribe, comentou que um dos principais objetivos do curso é formar gestores de alimentação escolar nos países para fortalecer esses programas. “Falar sobre ações práticas é muito 'nutritivo' e alimenta nossa alma, porque pensamos que tudo o que estamos lendo e ouvindo parece distante da vida real, mas não é. O que estamos discutindo hoje é possível porque vocês já fazem. Esse curso vem para dizer que é possível", disse a coordenadora.
A coordenadora do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) do Brasil, Karine Santos, executado pelo FNDE/MEC, disse que os atores do ambiente escolar devem gerar informações e promover atividades que coloquem os alunos em contato com questões como a prevenção de perdas e desperdícios e a alimentação saudável. “É um processo para que os jovens sejam protagonistas em suas escolas. A partir da transformação dos indivíduos, é possível chegar às famílias e aos atores envolvidos no ambiente escolar” , explicou. Karine Santos também enfatizou quatro conceitos-chave para a EAN: continuidade e permanência, transdisciplinaridade, intersetorialidade e contexto multiprofissional.
No encerramento do evento, Paola Barbieri, analista de projetos da ABC, ressaltou que o curso virtual, em sua segunda edição, pode contribuir para o desenvolvimento das comunidades onde os alunos vivem. Barbieri agradeceu aos países, ao FNDE, à Cooperação Brasil-FAO e aos panelistas por compartilharem suas experiências. “Espero que todos possamos aproveitar cada vez mais nossas reuniões e que todos sejamos agentes de mudança em nossos países” .