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Variedade brasileira de algodão é testada no Equador
O Equador começa a escrever um novo capítulo na produção de algodão nacional por meio da importante atuação da pesquisa e testes de campo, um dos destacados resultados da cooperação internacional entre o Instituto Nacional de Pesquisa Agropecuária (INIAP) do Equador e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) do Brasil, com apoio do projeto de cooperação sul-sul trilateral +Algodão Equador, coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE ).
Há dois anos, o INIAP, em sua estação em Portoviejo, retomou as pesquisas sobre o cultivo do algodoeiro, por meio da iniciativa “Geração e validação de tecnologia para o desenvolvimento sustentável do algodão Gossypium hirsutum (Malvaceae) em áreas da costa equatoriana”.
As duas instituições de pesquisas, com o apoio do projeto, trabalharam de 2018 até o momento, inclusive em atividades para trocas de experiências, com o objetivo de que aquele país obtenha a primeira semente de algodão certificada, a partir de um processo de validação do material genético brasileiro da variedade BRS-336. Até o final de 2021, com base nos resultados obtidos no processo de validação e adaptação às condições climáticas das áreas produtoras de algodão de Manabí, a semente de origem brasileira poderá permitir que o Equador tenha uma variedade certificada de algodão, com alto rendimento.
Um dos principais problemas da atividade algodoeira do país é a falta de sementes certificadas e variedades de alto rendimento. O sucesso da pesquisa não só reverteria esse quadro como permitiria um aumento de produtividade e melhor renda para os produtores familiares de algodão.
Para a coordenadora regional do projeto +Algodão pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Adriana Gregolin, as conquistas já alcançadas podem gerar resultados importantes para o setor algodoeiro equatoriano no futuro. “O Equador está muito perto de iniciar uma nova etapa na produção da fibra por meio desse importante intercâmbio entre Brasil e Equador” , disse.
Para a responsável pela área de Cooperação Sul-Sul Trilateral com Organismos Internacionais da ABC, Cecília Malaguti do Prado, o projeto +Algodão demonstra, na prática, a potencialidade que a cooperação Sul-Sul desempenha: “Embora a EMBRAPA não seja a instituição signatária do projeto-país Equador, a estreita relação e o importante apoio que aquela Empresa oferece ao projeto +Algodão permitiu a facilitação do diálogo entre a EMBRAPA e o INIAP, resultando neste importante marco para o Equador” .
Testes de campo
Para a pesquisa de ensaios com as sementes do Brasil, foram realizados testes em quatro ciclos de produção na Estação Experimental de Portoviejo, pertencente ao INIAP. Neste ano, iniciou-se uma nova etapa de testes com pesquisas em propriedades rurais de agricultores, na região de Tosagua, historicamente considerada a maior região produtora de algodão do país. Esses estudos buscam determinar o comportamento agronômico, produtivo e fitossanitário da variedade brasileira, aplicando todas as tecnologias geradas no projeto +Algodão, tais como tratamento de sementes, densidade de plantio, fertilização, controle de plantas daninhas, manejo fitossanitário, entre outras.
Segundo informações do INIAP, os resultados sugerem uma boa adaptabilidade da variedade BRS-336 às condições ambientais do país sul-americano, respondendo positivamente às tecnologias implementadas para o seu cultivo.
O projeto +Algodão Equador é coordenado pela ABC e implementado em parceria com a Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (EMPAER), a FAO e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAG) do Equador.