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Sidiki Diarra
O agrônomo malinense Sidiki Diarra foi um dos técnicos africanos selecionados para participar do curso “Capacitação e Transferência de Tecnologia na Cultura do Algodão”, realizado no âmbito do “Projeto regional para o aperfeiçoamento de técnicos africanos em cotonicultura”, coordenado e financiado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (AMIPA ), com o apoio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) .
Em 2017, durante 90 dias, Sidiki foi um dos 35 alunos de nove países africanos que tiveram a oportunidade de conhecer todas as etapas de produção do algodão, por meio de aulas teóricas e práticas realizadas no campus da UFLA em Lavras, de modo a melhorar o seu conhecimento técnico em cotonicultura e colocá-lo em prática em seus respectivos países. A formação teve duração de 360h/aula e contemplou temas como: organização e sustentabilidade da produção algodoeira, nutrição mineral e melhoramento do algodoeiro, colheita e pós-colheita, beneficiamento e classificação de fibras, industrialização do caroço, entre outros.
Durante visita de uma delegação da ABC ao Mali, Sidiki falou, entusiasmado, da sua experiência no Brasil. O técnico superior agrícola trabalha na “Unidade de Aprendizagem Agrícola” do Brasil localizada na Estação Experimental de Sotuba do Instituto de Economia Rural (IER) do Mali. Ali são realizadas, há dez anos, diversas atividades de cooperação no âmbito de um outro projeto de cooperação técnica do Brasil no Mali, o Cotton-4+Togo. Dessa forma, a sua formação no curso realizado na UFLA permitiu-lhe colocar rapidamente em prática, no Mali, o conhecimento que adquiriu no Brasil.
“ O curso foi simplesmente formidável. Foi a melhor experiência profissional da minha vida. Sinto que como se tivesse aprendido tudo sobre algodão, mas especialmente técnicas de como aumentar a fertilidade do solo e como combater pragas que atingem o algodoeiro. Aprendemos também como manejar corretamente e fazer um uso mais consciente e responsável dos fertilizantes agrícolas. Só que não aprendi somente sobre o algodão, mas também sobre outras culturas que podem ser plantadas de forma rotativa, com o algodão, como consorciada. Hoje me sinto muito mais preparado tecnicamente. Espero que possamos continuar trabalhando com o Brasil, pois sei que ainda temos o que aprender. A cooperação com o Brasil é, para mim, muito especial” , relatou Sidiki.
Devido aos positivos relatos dos participantes do curso, em diferentes países, a ABC e a UFLA estão agora construindo um “Centro de Difusão de Tecnologias Algodoeiras” ligado à Cooperativa de Produtores Rurais de Catuti (Coopercat), previsto para ficar pronto em julho de 2020. O objetivo é que o Centro se torne referência nacional e internacional no compartilhamento de conhecimento técnico sobre o setor algodoeiro.