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Sessão 7 do curso de alimentação escolar destacou a transformação gerada nos estudantes a partir da educação alimentar e nutricional eficaz
Reunindo mais de 2.500 pessoas entre profissionais das áreas de educação, saúde, nutrição, agricultura, entre outras, foi realizada a sessão 7 do curso virtual A alimentação escolar como estratégia educacional para uma vida saudável , onde os participantes que se conectaram por meio do Twitter, Youtube e Facebook da FAO conheceram experiências concretas de educação alimentar e nutricional na prática pedagógica. O curso é dividido em 12 aulas virtuais, com carga horária total de 90 horas, que estão sendo transmitidas desde outubro, duas horas por semana, por diversas redes sociais como YouTube, Twitter, entre outros.
O curso é promovido pelo projeto regional Consolidação de Programas de Alimentação Escolar (PAE) na América Latina e no Caribe, executado no âmbito do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO , e busca fortalecer as capacidades de aproximadamente 2.100 profissionais do Peru, Colômbia e Guatemala.
A capacitação virtual integra as ações da Rede de Alimentação Escolar Sustentável promovida pelo Governo do Brasil, representada pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE) e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação (FNDE/MEC), e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
Na abertura da sessão, Najla Veloso, coordenadora do projeto Consolidação dos Programas de PAE na ALC, alertou sobre o cenário atual marcado pela má nutrição, obesidade e desnutrição crônica e que estas estão intimamente relacionadas aos altos índices de doenças crônicas não transmissíveis. Ela também destacou o contexto da pandemia de Covid-19 que interrompeu as aulas, mas disse que muitos governos implementaram estratégias para continuar fornecendo alimentos os estudantes durante este período. “Temos que pensar muito no futuro, quando as crianças retornarão às escolas, para que nesta volta à normalidade os alunos tenham alimentação escolar, de forma saudável e segura”, afirmou.
Yenory Garbanzo, especialista em Nutrição e Sistemas Alimentares da FAO, falou sobre os passos para uma educação alimentar e nutricional eficaz: “Na FAO acreditamos que a educação alimentar e nutricional tem o poder de promover, além das capacidades individuais, também promover o desenvolvimento sustentável”, destacou. Para que a educação alimentar seja eficaz, a especialista da FAO apontou que: “precisa ser uma prioridade no nível escolar; os professores precisam regularmente de treinamento e incentivos para implementar a educação alimentar e nutricional; e um ambiente favorável é necessário com políticas, marcos legais, financiamentos, entre outros”.
EAN na República Dominicana
A experiência em educação alimentar e nutricional na República Dominicana foi apresentada por Mariella Ortega Rabassa, chefe do Departamento de Nutrição do Instituto Nacional de Bem-Estar do Estudante (Inabie), e por Amarilis Arias, professora e psicóloga da Escola República de Cuba. Mariella destacou a importância dos cardápios dos programas de alimentação escolar como "a primeira ferramenta de educação alimentar e nutricional". Ela também destacou o papel da comunidade educativa no apoio à entrega de alimentos e nas ações de organização e consumo dos alimentos do PAE, principalmente no incentivo ao consumo de verduras pelos estudantes. “É muito importante envolver as comunidades, famílias, professores”, frisou a responsável. Na República Dominicana, comitês de alimentação escolar foram formados em 943 centros educacionais do país. Já a professora Amarilis Arias compartilhou a experiência de sua escola, que tem implantado a educação alimentar e nutricional por meio de ações como palestras sobre o consumo de verduras, oficinas de culinária onde os próprios alunos prepararam pratos de saladas, entre outros. Dentre os desafios, destacou: a implantação de práticas de EAN em todas as escolas; que as cantinas escolares vendam produtos saudáveis e que “as famílias se empoderem para a saúde dos filhos”.
EAN sob a ótica do aluno
A jovem Vannesa Carcamo, aluna do primeiro ano do ensino médio da Escola Cantón de San Isidro, no departamento de Sonsonate, em El Salvador, falou sobre a sua experiência no ambiente escolar, o processo de implantação de cantinas saudáveis em sua escola e, principalmente, sobre as mudanças nos hábitos alimentares. Segundo Vanessa, ela e outros 25 alunos participaram de um projeto para jovens facilitadores de segurança alimentar e nutricional, onde receberam capacitação em alimentação saudável. “Eles nos ensinaram a fazer receitas e nos deram informações sobre os nutrientes de frutas e vegetais e seus benefícios para o corpo”, disse a jovem. Ela também explicou que tudo o que aprendeu ela compartilhou com a família, transmitindo seus novos conhecimentos seus pais, chegando inclusive a construir uma pequena horta em casa para o consumo familiar. “Aprendi a mudar a forma como me alimento, agora de uma maneira mais saudável”, disse a estudante salvadorenha.
Curso
O curso “Alimentação escolar como estratégia educativa para uma vida saudável”, totalmente virtual, destina-se a professores, diretores de escolas, nutricionistas, responsáveis do PAE em municípios ou secretarias, gestores nacionais, técnicos, entre outros. Os participantes contam com diversos recursos como textos, vídeos e outros materiais de comunicação pedagógica para promover a discussão da temática da alimentação escolar nos três países: Colômbia, Guatemala e Peru.
Os conteúdos foram desenvolvidos pelo projeto regional Consolidação de Programas de Alimentação Escolar na América Latina e Caribe, com o apoio dos governos participantes para que se relacionem e se adaptem à realidade local desses países. O curso possui quatro unidades temáticas: O direito humano à alimentação adequada, a segurança alimentar e nutricional e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS); Programas de Alimentação Escolar Sustentável (PAES); Educação alimentar e nutricional no marco da alimentação escolar; e Hortas escolares com enfoque pedagógico. Ao final do curso, será realizada uma aula virtual sobre o tema da biossegurança para o retorno às escolas.
Fonte: Com informações FAO