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Segundo encontro remoto entre países da América Latina reforça importância da Rede de Alimentação Sustentável
“Que esta rede seja um embrião para a Rede Global de Alimentação Escolar Sustentável” . Foi assim que a analista de projetos da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Paola Barbieri, encerrou sua participação na segunda reunião online, ocorrida nesta quinta-feira (16/4), com 37 representantes, de 12 países, entre diretores de alimentação escolar, assessores e especialistas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) , além de membros dos governos que compõem a Rede Latino Americana de Alimentação Escolar Sustentável.
O encontro deu continuidade à primeira reunião, que aconteceu no dia 7 de abril, em que os participantes apresentaram soluções utilizadas para diminuir o impacto social do fechamento das escolas, em seus respectivos países, por conta da pandemia do novo coronavírus.
Essa troca de experiências de maneira remota foi um dos instrumentos usados no intuito de garantir o compartilhamento de planos, protocolos, documentos e experiências no enfrentamento da crise e, juntos, garantirem a alimentação de milhões de estudantes e suas famílias. Todo o material apresentado durante a reunião ficará disponível, também de forma remota, em um drive, para consultas e esclarecimento de dúvidas.
O representante do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) do Ministério da Educação, Bruno Costa, lembrou que em momentos históricos como o que estamos vivenciando a cooperação entre países é crucial. Ele elogiou a iniciativa da FAO no sentido de estabelecer esse diálogo e a troca de informações entre países. Lembrou, também, que os países da América Latina podem buscar juntos soluções no enfrentamento da crise."Nós, mais do que os países europeus, conhecemos as realidades dos nossos vizinhos e podemos enfrentar juntos essa crise, especialmente no tema de alimentação escolar".
Planos emergenciais
Diante da exposição feita hoje, em que alguns países apresentaram ações emergenciais que têm como meta atender não só estudantes, mas toda a família, a coordenadora, pela FAO, do Projeto de Consolidação dos Programas de Alimentação Escolar na América Latina e no Caribe, Najla Veloso, salientou que as medidas pareciam ter características distintas para mitigar o mesmo problema.
“Me parece que, aqueles países com populações menores buscam planos emergenciais, por meio das ações governamentais, para atender famílias inteiras”, disse . “Já países com população maior estão fazendo esforços no sentido de dar continuidade para programas existentes e garantir a atenção plena a quem já era atendido” , concluiu.
Panamá, El Salvador e Honduras são exemplos de países que desenharam planos para atender famílias inteiras em vulnerabilidade, seja por meio de vouchers alimentares para aqueles que possuem mercados nas regiões onde moram, ou cestas básicas com comida para toda a família. Israel Rios, representante do Panamá, informou que algumas cestas estão sendo entregues por mês para as famílias panamenhas. Ao todo, o plano é entregar 579 mil cestas.
O projeto de cooperação técnica “Consolidação de Programas de Alimentação Escolar vinculados à compra da agricultura familiar na América Latina e Caribe” é coordenado pela ABC e implementado em parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com a FAO e com os governos de países parceiros na América Latina e no Caribe.
A Rede
Embora esses encontros virtuais tenham sido organizados em decorrência da crise emergencial, fruto da pandemia do novo coronavírus, a representante da ABC lembrou a todos presentes que o esforço para implantar a Rede Global de Alimentação Sustentável deve ser tema cada vez mais presente e solicitou o apoio da rede latinoamericana.
Paola Barbieri fez um breve relato de como a Rede foi criada, em 2018, por iniciativa do governo brasileiro, via Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação, e com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), na América Latina, e do Programa Mundial de Alimentos (PMA), na África.
Desde sua criação, a Rede tem gerado interesse de diversos organismos, de países desenvolvidos e do mundo, que têm demonstrado preocupação com o tema da alimentação escolar.
Um consultor já foi contratado para desenhar a estratégia de avanço da rede latinoamericana para o âmbito global. A Rede encontra-se no âmbito do Projeto de Cooperação Sul Sul Trilateral GCP/RLA/223/BRA em parceria entre a ABC, FAO e FNDE.
Autor: Cláudia Caçador