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São Tomé e Príncipe: Inaugurada loja de artesanato com apoio brasileiro
O projecto «Uê Téla» (Olhos da Terra) foi concebido pela então direcção do Instituto da Juventude para apoiar o desenvolvimento do artesanato num país que tem grandes potencialidades turísticas. Mas a principal motivação daquela instituição foi «contribuir para que os jovens encontrem saídas honestas para o seu sustento, ao mesmo tempo, que participam no crescimento da economia». O projecto passou por três etapas. A primeira consistiu na formação de artesãos durante um ano, para que estivessem aptos a «desenvolver actividades geradoras de rendimento, formar cooperativas para a produção de artesanato para o consumo interno e para a exportação». Depois foi definida a colecção «Fédu Cu Món» (Feita à mão), que integrou objectos de decoração, mobiliário, papelaria artesanal e tecidos de algodão tingidos com vegetais, vestuário e acessórios de moda desenvolvidos nas oficinas e cursos em que participaram artesãos e aprendizes locais. A inspiração para criadores, artesãos e alunos veio do mar cristalino, o verde intenso da vegetação, especialmente no Ôbô (a floresta tropical), a paisagem do dia-a-dia dos moradores, arquitectura, parte da herança colonial, combinada com estilos mais recentes, pássaros e frutas, roupas coloridas da população, entre outros motivos. A colecção está estampada num catálogo bilingue (português e inglês) intitulado «Uê Téla Fédu cu Món».
Segundo a ex-directora do Instituto da Juventude, Maria de Lourdes Rodrigues, a opção pelo Brasil deveu-se a vários factores, entre os quais o grande nível de avanço que o país tem nessa matéria e porque muitas das matérias-primas que os brasileiros utilizam, existem também em São Tomé e Príncipe. A implementação do projecto arrancou em 2009. Inicialmente deveria ficar concluído um ano depois. Mas as dificuldades com o financiamento impuseram um interregno. Esta última etapa contou com a ajuda de fundos provenientes da CPLP. Na inauguração da loja, o novo embaixador do Brasil sentiu-se muito orgulhoso. «É uma jóia na coroa da cooperação Brasil – São Tomé e Príncipe», disse José Carlos Leitão. Para o secretário de Estado da Juventude e Desporto, Abenildo de Oliveira, é a mistura do «valor do produto que é São Tomé e Príncipe e o saber e a experiência do Brasil», acrescentado que «Esta cooperação Sul/Sul dará bons frutos». Há capacidade de se criar mais de duzentos produtos e as artesãs de Santa Catarina e Porto Alegre, no norte e no sul da ilha de São Tomé, constituíram cooperativas. Cerca de 150 artesãos e aprendizes estiveram envolvidos no projecto.
(c) PNN Portuguese News Network
Data: 28/06/2012
Fonte: Escola de Administração Fazendária - ESAF