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Representantes da Colômbia, do Mali e de Moçambique fazem série de visitas técnicas no Brasil
Uma série de visitas técnicas com a participação de representantes da Colômbia, do Mali e de Moçambique, foram realizadas entre os dias 30 de agosto e 6 de setembro, nos estados do Distrito Federal, Goiás e Paraíba como parte de dois projetos de cooperação Sul-Sul trilateral executados pelo governo brasileiro, por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC).
As iniciativas, relacionadas com o setor cotonícola, são desenvolvidas em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), através da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer).
A missão foi composta por representantes dessas entidades e dos visitantes estrangeiros que aproveitaram a vinda para o 12º Congresso Brasileiro do Algodão, ocorrido no fim do mês de agosto em Goiânia, para conhecer tecnologias empregadas na cadeia produtiva do algodão além de ações desenvolvidas na agropecuária do País.
A missão foi acompanhada da coordenadora regional do projeto “Mais Algodão” , realizado em parceria com a FAO, Adriana Gregolin, e da coordenadora de Cooperação Sul-Sul da OIT, Fernanda Barreto, que coordena pela agência da ONU o projeto “Algodão com Trabalho Decente”.
Algodão Orgânico
Na Paraíba, a delegação conheceu o projeto “Algodão Paraíba” e ações de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) em comunidades rurais paraibanas. O grupo visitou campos de algodão orgânico localizados no Assentamento Margarida Maria Alves, em Juarez Távora, para conhecer o projeto de cultivo de algodão colorido. Visitou outros campos de algodão localizados em Alagoa Grande, Salgado de São Felix e Esperança, localidades onde a cultura do algodão está mudando o panorama social e econômico das famílias locais. Também conheceu ações desenvolvidas pelo modelo de Assistência Técnica e Extensão Rural, como quintais produtivos e roçados comunitários, desenvolvidos por grupos de mulheres e jovens do município de Rio Tinto.
A programação incluiu um tour pela Estação Experimental de Alagoinha, para conhecer os trabalhos de pesquisa de melhoramento genético das raças de boi Sindi e Guzerá e o projeto “Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)” que se constitui numa estratégia de diversificação da produção. Na capital paraibana visitaram uma indústria têxtil e, em Campina Grande, as instalações da Embrapa Algodão e da Cooperativa de Produção Têxtil - Coopnatural.
A coordenadora de cooperação Sul-Sul da OIT, Fernanda Barreto, explicou que existe um interesse das nações integrantes do programa de cooperação Sul-Sul em conhecer a produção de algodão sustentável que vem sendo cultivado na Paraíba. “Aqui temos uma característica que é semelhante aos países de Moçambique, Mali e Colômbia, com pequenos produtores”, disse. “No Brasil há grandes produtores de algodão, mas aqui está se trabalhando com o pequeno agricultor, o que se assemelha à produção nesses países”, completou.
A diretora de Serviços de Promoção de Mercados e Acréscimo de Valores do Instituto do Algodão de Moçambique (IAM) , Ancha Ainadine, anunciou que o modelo de sistema de associação familiar, que promove ações integradas no meio rural da Paraíba, será levado para Moçambique e Mali, onde há uma carência de participação das pessoas nesse processo, sobretudo na produção sustentável de algodão orgânico.
O diretor-geral do IAM, Luiz Tomo, destacou o trabalho desenvolvido por agricultores da Paraíba pela sua componente de sustentabilidade ambiental, econômica e social. “Somos um país produtor de algodão e entendemos que o Brasil tem uma longa experiência em termos de produção e aproveitamento de produtos, com a utilização de tecnologias importantes que permite a redução de custos e maior sustentabilidade, o que é importante para nós porque a nossa cadeia produtiva ainda não está completa e precisamos levar este conhecimento”, disse.
Goiás e Distrito Federal
Antes de partir para a Paraíba, o grupo visitou, em Goiânia, a unidade “Arroz e Feijão” da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Arroz e Feijão), onde conheceram os principais desafios do Brasil na produção de algodão, sistemas de produção, tecnologias, cuidados com o solo e controle de doenças e pragas.
No Distrito federal, visitaram a fazenda “Pamplona”, um dos maiores produtores mundiais de cereais e fibras, com ênfase em algodão, soja e milho.
A coordenadora do projeto Mais Algodão pela FAO, Adriana Gregolin, lembrou que as visitas foram uma oportunidade dos países conhecerem diferentes realidades. Uma, com a produção de algodão em grande escala e a outra onde o trabalho com essa cultura é feita basicamente com agricultores familiares, em pequenas áreas de terra, contando com um programa de compra garantida e assistência técnica continuada.
+ Algodão
O projeto + Algodão, em execução desde 2013, possui sete países parceiros Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Haiti, Paraguai e Peru, com o objetivo de apoiar o fortalecimento do setor de algodão nesses países. A experiência brasileira na produção de algodão é uma referência para o projeto, realizado em conjunto pela FAO, ABC, Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA), a Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (ASBRAER), a EMBRAPA e pelos governos parceiros, com recursos do IBA.
Projeto Algodão com Trabalho Decente
O projeto Algodão com Trabalho Decente, desenvolvido pela ABC em parceria com a OIT, a Secretaria Especial do Trabalho e Previdência do Ministério da Economia, o Ministério da Cidadania e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e os governos dos países parceiros, com recursos do IBA, tem o objetivo de contribuir para a promoção do trabalho decente no Mali, em Moçambique, na Tanzânia, no Paraguai e no Peru, por meio da sistematização de experiências brasileiras, do compartilhamento destas experiências e posterior adaptação nestes países.
Com informações da Empaer
Autor: Claudia Caçador