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Rede de Instituições de Ensino de Curso Superior (RIPES) debate impactos da COVID para o ensino nos países da CPLP
A Agência Brasileira de Cooperação (ABC) participou, em 24/03, do webinário "Impactos da Pandemia da Covid-19 nas Instituições de Ensino Superior da Rede de Instituições Públicas do Ensino Superior (RIPES)". O evento foi organizado pela Pró-Reitoria de Relações Institucionais e Internacionais da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), pela ABC e pelo Secretariado Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (SECPLP).
O encontro promoveu troca de experiências entre as instituições sobre suas atividades no contexto da pandemia, com foco na realidade de cada país, nos desafios no uso das tecnologias de ensino remoto para atividades acadêmicas, assim como nos aprendizados colhidos para superar as dificuldades e acelerar mudanças nos métodos de ensino-aprendizagem.
Na abertura do webinário, a pró-reitora de Relações Institucionais e Internacionais da UNILAB e coordenadora da RIPES, Professora Doutora Artemísia Condé, destacou que o evento marca a retomada do projeto RIPES e agradeceu o apoio recebido da ABC e dos demais setores do Itamaraty na execução das atividades da Rede. “Agradeço a coordenação de assuntos de cooperação com a CPLP da ABC, que sempre nos dá caminho, régua e compasso, para que a gente prossiga neste projeto, que é a potencialização da internacionalização da UNILAB.”
O reitor da UNILAB, Roque Albuquerque, reforçou que a RIPES é a plataforma ideal para o estabelecimento de acordos e cooperações para ampliar, em parceria com países membros, a democratização do acesso ao ensino superior na CPLP, por meio da construção e compartilhamento de pedagogias que são includentes e, ao mesmo tempo, transformadoras, impactantes e emancipatórias para toda a comunidade. “O ensino superior salva, gera novas vidas e cria oportunidades para que muitos prosperem e desenvolvam suas comunidades.”
CPLP
O Chefe da Divisão de África II (DAF II), do Ministério das Relações Exteriores, Primeiro Secretário Roberto Salone, ressaltou que, além da sua divisão, a ABC e a Divisão de Temas Educacionais e Língua Portuguesa (DELP) correspondem à tríade dos objetivos estatutários da CPLP: a concertação político-diplomática, a promoção e difusão da língua portuguesa e a cooperação em diferentes domínios. “Desde a fundação da CPLP, há 25 anos, muito foi feito nesses três campos. O que hoje chamamos de CPLP é um organismo internacional que integra, em pé de igualdade, nove países que comungam os princípios da paz, da não-ingerência nos assuntos internos dos Estados, da democracia, do estado de direito, dos direitos humanos e da justiça social, todos inscritos na declaração constitutiva da comunidade.”
Já Alessandra Ambrosio, responsável pela cooperação técnica com a CPLP na ABC, lembrou a importância do ensino superior no contexto dos projetos de cooperação, coordenados pela Agência, já que há uma gama de projetos bilaterais e trilaterais que são desenvolvidos com o apoio de universidades brasileiras, em diversas áreas de conhecimento. “O projeto RIPES, o maior e mais complexo projeto implementado pelo Brasil em parceria com a CPLP, foi pensado, também, como um canal indutor do desenvolvimento das nossas universidades, cumprindo, assim, um dos objetivos da cooperação entre países em desenvolvimento, que é de benefício mútuo entre os parceiros, fazendo, dessa forma, com que todas as universidades se robusteçam para que cumpram, cada vez melhor, seus papéis no contexto de desenvolvimento dos países.”
João Ima-Panzo, diretor de Ação Cultural e Língua Portuguesa da CPLP, aproveitou o evento para cumprimentar os estados-membros da CPLP sobre as medidas que têm sido tomadas para mitigar os impactos negativos da COVID-19. “São inúmeras as soluções que vêm sendo adotadas como alternativas” , disse. Ima-Panzo lembrou, no entanto, que algumas soluções, como por exemplo, o uso da internet para ensino remoto, ainda não são igualmente adotadas por todos os países uma vez que há diferenças socioeconômicas que impedem a execução de algumas medidas. “É preciso reconhecer que, por motivos sociais e econômicos, nem sempre as soluções se adequam às exigências de uma educação para todos, isto é: democrática, universal, inclusiva e equitativa” , ressaltou.
Rede RIPES
O projeto RIPES foi apresentado pela UNILAB e aprovado durante a XXV Reunião dos Pontos Focais da CPLP, em julho de 2012, realizada em Maputo, Moçambique. O objetivo principal da iniciativa é criar e fortalecer a comunicação entre as instituições públicas de ensino superior da CPLP e construir uma rede internacional, respeitando a soberania dos países e das instituições parceiras, promovendo ações e intervenções de apoio técnico, administrativo e acadêmico, como estabelecem as diretrizes da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB).
A Rede foi idealizada e criada pela UNILAB, com o apoio da ABC e do SECPLP. Fazem, hoje, parte da Rede as seguintes universidades:
Angola: Universidade Agostinho Neto (Luanda); Universidade 11 de Novembro (Cabinda); Universidade José Eduardo dos Santos (Huambo, Angola); Instituto Superior de Ciências da Educação (Luanda); Instituto Superior de Artes (Luanda); Universidade Kimpa Vita (Luanda); Universidade Katyavala Bwila (Benguela),
Brasil: UNILAB
Cabo Verde: Universidade de Cabo Verde (Praia)
Guiné-Bissau: Universidade Amílcar Cabral (Bissau).
Moçambique: Universidade Pedagógica (Maputo) Universidade Zambeze (Beira); Universidade Lúrio (Nampula); Universidade Eduardo Mondlane (Maputo);
São Tomé e Príncipe: Universidade de São Tomé e Príncipe (São Tomé)
Timor-Leste: Universidade Timor Lorosa´e (Dili).
UNILAB
Criada em 20 de julho de 2010, no contexto de internacionalização da educação superior, a UNILAB tem como objetivo ministrar ensino superior, desenvolver pesquisas e promover a extensão universitária, tendo como missão institucional específica formar recursos humanos para contribuir com a integração entre o Brasil e os demais países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), bem como promover o desenvolvimento regional e o intercâmbio cultural, científico e educacional.
Autor: Cláudia Caçador