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Projeto Semeando Capacidades lançou curso virtual “Implementação de processos para a transição agroecológica”
No dia 16 de outubro, no âmbito do Dia Mundial da Alimentação, foi lançado o curso virtual ' Implementação de processos para a transição agroecológica ' que, em sua primeira versão, teve a participação de 60 pessoas de entidades públicas da Colômbia em nível nacional e territorial, delegados de organizações rurais, entidades prestadoras de serviços de extensão agrária, convidados do Brasil e técnicos do projeto +Algodão, também integrante da cooperação sul-sul. As inscrições para o curso estarão disponíveis ao público em geral, na plataforma do SENA, no final de 2020.
O curso faz parte das atividades do projeto Semeando Capacidades, executado pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/ MRE), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (MAPA), Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Colômbia (MADR) e Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), e conta com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem da Colômbia (SENA).
A capacitação busca realizar uma abordagem conceitual da agroecologia no marco da Agricultura Camponesa, Familiar e Comunitária (ACFCA) para fortalecer as capacidades técnicas dos participantes para compreender e incorporar o enfoque agroecológico na formulação e implementação de políticas e projetos de desenvolvimento rural e compreender o potencial oferecido pela agroecologia para avançar para sistemas agroalimentares justos e sustentáveis.
Implementação de processos para a transição agroecológica’ tem uma componente teórica na qual serão abordados os três enfoques da agroecologia e, adicionalmente, haverá uma parte prática. Neste último, serão realizados experimentos e será proposto um plano de transição agroecológica que os alunos trabalharão em equipe. “ As três abordagens são: prática, ciência e movimento social, este último é a chave para que a agroecologia seja transformadora nos níveis produtivo, social e político de qualquer país ”, explicou Cindy Córdoba, consultora da FAO Colômbia e uma de os instrutores do curso.
Durante o evento de lançamento, Diana Marcela Bedoya, da Direção de Capacidades Produtivas e Geração de Renda do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADR) destacou a relevância deste espaço para a transformação rural do país: “ Os atuais problemas de fome, obesidade, poluição e perda de recursos naturais, que aumentam com as mudanças climáticas, sugerem a necessidade de transformar os sistemas alimentares em sistemas mais saudáveis e sustentáveis, nos quais a agroecologia desempenha um papel fundamental ”, afirmou.
Por sua vez, Rafael Dias, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (Mapa), comemorou que o Semeando Capacidades poderá atingir o público-alvo do projeto por meio da capacitação e, também, reconheceu a importância do curso para fortalecer o conhecimento: “ Essa capacitação nos mostrará como continuar promovendo a agroecologia nos dois países e como a academia e as organizações podem participar da construção e implementação de políticas públicas ”, disse.
Por outro lado, Martha García, assessora para Assuntos Multilaterais do SENA, destacou o protagonismo que esta entidade tem na formação e certificação de extensionistas que desempenham um papel fundamental como agentes de mudança para enfrentar os novos desafios do campo colombiano. Ela destacou como a cooperação internacional é fundamental para a geração e transferência de conhecimentos: “Essas ações de capacitação permitem avançar no cumprimento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), eixo transversal do Plano Nacional de Desenvolvimento da Colômbia”, destacou.
O coordenador do projeto Semeando Capacidades da FAO Colômbia, Camilo Ardila Galvis, comemorou o lançamento do curso citando o Relatório Especial da ONU para o Direito à Alimentação de 2011, destacando que a agroecologia tem mostrado que gera resultados para avançar rapidamente na realização do direito humano à alimentação para muitos grupos vulneráveis em vários países e entornos. “ A agroecologia favorece o direito à alimentação por meio de quatro canais: disponibilidade, acessibilidade, adequação e sustentabilidade ”, concluiu.
Professores especialistas em agroecologia da Colômbia e do Brasil
As conferências inaugurais foram ministradas por dois especialistas em agroecologia que, a partir de diferentes perspectivas, destacaram três elementos fundamentais para avançar na transição agroecológica: sinergias, cooperação e diversidade.
Da Colômbia, a professora Marina Sánchez de Prager, da Universidade Nacional da Colômbia sede de Palmira, expôs os princípios da agroecologia como um farol da agricultura familiar e da inovação desde a perspectiva da biologia do solo, da produção e dos mercados.
Por parte do Brasil, o professor Mário Avila, da Universidade de Brasília, apresentou as sinergias institucionais no fortalecimento da transição agroecológica e da alimentação saudável, na perspectiva das políticas públicas, atores e articulações institucionais.
Encerramento do evento
Para encerrar o evento, o coordenador regional do projeto Iniciativa América Latina e Caribe sem Fome 2025/Cooperação Brasil-FAO, Ronaldo Ferraz, destacou que este curso vai “ fortalecer a capacidade técnica de atores estratégicos no âmbito da cooperação sul-sul ”, que é um dos principais objetivos tanto do projeto Semeando Capacidades quanto do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO.
Representando a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), Carolina Smid, encerrou dizendo: “ agradeço a presença de todos, em especial do SENA, que é um parceiro fundamental para a implementação desta atividade, e presto uma homenagem especial ao dia do professor que foi comemorado ontem no Brasil, estendendo os meus parabéns aos dois professores que hoje nos acompanharam no lançamento ”.
Semeando Capacidades
O projeto de cooperação sul-sul trilateral Semeando Capacidades é executado conjuntamente na Colômbia e no Brasil pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (MAPA), Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Colômbia (MADR) e Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Essa iniciativa integra as ações do projeto regional América Latina e Caribe sem Fome 2025.
Fonte: com informações FAO