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Projeto com o Brasil já formou mais de 4 mil jovens na Guiné-Bissau
Um das áreas centrais da cooperação técnica entre o Brasil e a Guiné-Bissau é a educação. Do ensino primário ao ensino priofissional e superior, diversas são as iniciativas exitosas que marcam a pauta de cooperação entre os dois países.
O projeto “Centro de Formação Profissional Brasil – Guiné-Bissau – Fase III – Consolidação e Transferência de Gestão”, coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o governo da Guiné-Bissau, desenvolvido desde 2006, é uma das mais importantes iniciativas brasileiras no país africano, com resultados importantes e expressivos.
O Centro já formou mais de 4.200 alunos nas 10 áreas de capacitação profissional oferecidas: panificação, carpintaria, serralheria, manutenção de microcomputadores, pedreiro, mecânica de autos, eletricista, encanador, manutenção de refrigeração e corte e costura.
O Coordenador Pedagógico do Centro, Paulo Pereira, formado em manutenção e reparação de computadores no Senegal, participa do projeto desde o início. Ele começou como estagiário, depois tornou-se professor, recebeu diversas capacitações do SENAI, tendo sido então indicado, em 2016, para coordenador pedagógico da unidade de ensino em Bissau, capital do país.
Em uma visita realizada pela equipe de comunicação da ABC ao Centro de Formação Profissional, Pereira apresentou as organizadas e equipadas instalações do Centro, que conta, a cada semestre, com lista de espera para todos os cursos que oferece. A unidade é reconhecida pelo empresariado guineense como um centro de formação de excelência da mão de obra local. Ter sido formado ali já é um diferencial na hora de procurar o primeiro emprego, indicou Pereira.
Entre 2011 e 2016, as instalações do Centro foram sendo gradualmente reabilitadas pelo projeto e os professores receberam diversas treinamentos da equipe técnica do SENAI, tanto em Bissau como no Brasil. As capacitações se deram tanto nas áreas técnicas dos cursos oferecidos pelo Centro, como em práticas de gestão educacional e metodologias pedagógicas.
“Após uma das capacitações que participei no Brasil, em técnicas pedagógicas, voltei e decidi aplicar a mesma metodologia que aprendi lá, com todos os professores do Centro! Eles adoraram” , relatou Pereira, orgulhoso.
O Centro conta com 20 professores, divididos em dois períodos de aulas: manhãs e tardes. Na unidade de ensino, os alunos recebem uniforme, crachá de identificação, apostila e materiais didáticos. São 280 estudantes que passam por um rigoroso e disputado processo seletivo para ingresso nos 10 cursos, todos gratuitos. Cada curso tem carga horária de 320h, distribuídas em cerca de quatro meses, e o requisito mínimo é ter 16 anos e o diploma de conclusão do ensino fundamental.
O projeto encontra-se agora em ações que visam garantir a sustentabilidade do Centro, para que gradualmente seja realizada a transferência de gestão para o governo da Guiné-Bissau, que tem solicitado ao Brasil, também, um novo projeto para ampliar o número de cursos oferecidos e a carga horária dos atuais. Também existe a demanda de que o Centro seja expandido para outras regiões do país.
A unidade de ensino já chegou a ser visitada, inclsuive, por um ex-Presidente da Repúblcia da Guiné-Bissau.