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Projeto “Fortalecimento das Políticas Agroambientais na América Latina e no Caribe” celebra os resultados alcançados
Representantes de diferentes Ministérios do Brasil e de países da América Latina e Caribe (ALC) se reuniram hoje, em Brasília, para fazer uma avaliação final do processo de diálogo e intercâmbio de experiências realizadas na região, proporcionados pelo projeto “Fortalecimento das Políticas Agroambientais na América Latina e no Caribe”. Além da apresentação dos resultados e discussões sobre os próximos passos, a agenda do evento incluiu uma rodada de perguntas e respostas e atividades em grupo.
Para a Gerente de Projetos da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Ana Maria Graziano, o evento de encerramento foi importante para celebrar os resultados conquistados na primeira fase e garantir a continuidade do trabalho. “ Essa reunião representa o tipo de cooperação que o Brasil faz: com diálogo, construção conjunta e celebração de resultados ”, comentou.
Também participaram do encontro o Coordenador-Residente da FAO Brasil, Alan Bojanic; a Secretária de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Juliana Simões; o Secretário Nacional de Articulação Social, Henrique Ferreira; a Secretária Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Lilian Rahal; o Diretor da Agência Alemã de Cooperação para o Desenvolvimento - GIZ Brasil, Anselm Duchrow; além de representantes do Banco Mundial, EMATER, SEAD, CONTAG, OCB, ANATER, ANA, INCRA e Ipea. Representantes da Costa Rica, Cuba, México, Paraguai, Chile, Panamá e El Salvador também estiveram presentes no evento.
O agravamento da crise ambiental, os desafios relacionados às mudanças climáticas, a pobreza rural e a insegurança alimentar na ALC impulsionaram o desenvolvimento da iniciativa de cooperação Sul-Sul trilateral para o fortalecimento das políticas agroambientais na região, entre 2012 e 2018. Fruto de uma parceria entre a FAO, o MMA e a ABC, o protejo também envolveu os Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente da Colômbia, Costa Rica, Cuba, México, Panamá e Paraguai (Chile e Nicarágua participaram da primeira etapa).
Alain Bojanic, da FAO Brasil, defendeu a importância da iniciativa, que buscou construir pontes e estabelecer diálogos entre setores como pesca, agricultura e sustentabilidade: “ Mais do que nunca, nós precisamos fazer esses esforços para unir a conservação ambiental, os povos indígenas e os conhecimentos tradicionais com a grande produção de alimentos mundial ”.
A possibilidade de conciliar as políticas de diferentes setores - produção de alimentos, segurança alimentar e nutricional, sustentabilidade e conservação ambiental – no desenvolvimento de indicadores para avaliação integrada de políticas agroambientais foi, para muitos, o ponto alto do projeto. Para a Coordenadora do projeto pela FAO, Jéssica Casaza, “ O grande mérito do projeto foi criar uma visão integrada que guia de maneira muito mais harmônica as discussões nas áreas de produção de alimentos, segurança alimentar e meio ambiente ”.
Com o objetivo de contribuir com o fortalecimento das políticas públicas agroambientais nos países da ALC, foram desenvolvidas as “Diretrizes Voluntárias para as Políticas Agroambientais na América Latina e Caribe”, que são um conjunto de sugestões de políticas agroambientais que visam promover a integração entre a conservação do meio ambiente e a produção agrícola.
Para Juliana Simões, o segredo para o sucesso da iniciativa é o respeito à realidade de cada país: “ Cada país pode selecionar as diretrizes que fazem mais sentido para a sua realidade nacional. Isso é liberdade e respeito à soberania de cada país ”.
Esse esforço para horizontalizar o diálogo com os países parceiros também foi reconhecido pelo representante da Secretaria Executiva de Planejamento do Setor Agrícola da Costa Rica, Edgar Ramirez: “ Tudo foi feito com base no diálogo e no intercâmbio de conhecimento. Isso quer dizer que não chegaram em nossos países nos dizendo o que fazer. Respeitaram nossas experiências nacionais. Muito obrigado! ”.
Próximos passos
Para a próxima fase do projeto, os especialistas pensam em desenvolver uma plataforma que reúna indicadores comuns a todos os países envolvidos para possibilitar a avaliação das políticas agroambientais a nível regional.
Para a Consultora da FAO, Angela Cordeiro, é preciso refinar ainda mais os indicadores para que eles representem as realidades de todos os países da região de maneira equilibrada. Além disso, deve haver um esforço ainda maior para que os indicadores permitam avaliar políticas e mapear tendências de desenvolvimento sustentável de acordo com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da Agenda 2030 das Nações Unidas.
Autor: Isabelle Marie/ Agência Brasileira Cooperação (ABC)