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Programa de luta contra a tuberculose em São Tomé e Príncipe recebe missão brasileira de avaliação final
A avaliação consistiu em aplicação de questionários e em entrevistas com os beneficiários diretos do projeto. O relatório será sistematizado e entregue pelo avaliador no final de janeiro.
A analista de projetos responsável por São Tomé e Príncipe na ABC, Anna Cristina Bittencourt Pérez, chefiou a missão e visitou, juntamente com especialistas brasileiros e santomenses ligados ao programa, os centros de saúde de todos os seis distritos do país e da região autônoma do Príncipe.
Referência
Desde 2018, São Tomé e Príncipe conta com um Laboratório Nacional de Referência em Tuberculose apto a diagnosticar a doença. Isso representa conquista que constitui parte do projeto desenvolvido pelo governo brasileiro ao longo de 13 anos com vistas ao fortalecimento da capacidade técnica dos profissionais do país, por meio da formação de multiplicadores para manejo e gestão laboratorial e da criação de normas e protocolos para o combate à doença no país.
O analista de gestão em saúde da Fiocruz Brasília, do Ministério da Saúde, Rafael Schleicher, participou na qualidade de avaliador externo da iniciativa, de forma a contribuir para a discussão sobre os resultados do projeto e os parâmetros de eventual segunda fase. Desde 2022, quando foi coordenador de estudos em cooperação internacional no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o profissional tem contribuído para o desenvolvimento de iniciativa piloto de avaliação da cooperação técnica brasileira.
Tuberculose
A taxa de tuberculose em São Tomé e Príncipe é alta, de 68 por 100 mil habitantes, considerando população de cerca de 204 mil pessoas. Instalado o laboratório, foi possível aumentar a qualidade dos diagnósticos e da formação dos profissionais santomenses. Com isso, o número de diagnósticos processados, atualmente, é maior do que todo o registro histórico de São Tomé.
Em 2020, o laboratório assumiu papel relevante na detecção e no diagnóstico da Covid-19. A qualidade da estrutura e a capacidade técnica da equipe desde então têm sido direcionadas também para o diagnóstico de outras enfermidades, como o HPV, influenza e outras doenças.
A continuidade do projeto é importante para os avanços na política de saúde do país. A avaliação busca produzir evidências sobre o impacto da iniciativa e gerar insumos para a próxima fase, expandindo os serviços de diagnóstico qualificado para outras doenças que afetam a população do país, como HIV, dengue, hanseníase.