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Planejamento de programa para promoção da igualdade de gênero, por meio da Cooperação Sul-Sul, reúne sete ministérios e agências das Nações Unidas
O Programa Caminhos para a Igualdade, coordenado em parceria pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), e a ONU Mulheres, reuniu sete ministérios e organizações das Nações Unidas, na última quarta-feira (03) para a construção do planejamento estratégico da iniciativa para o período 2023-2026. Empoderamento econômico, economia do cuidado, transversalização de gênero, participação política e combate à violência contra as mulheres foram alguns dos temas de destaque da oficina.
Estiveram presentes representantes dos Ministérios das Mulheres, da Igualdade Racial, dos Povos Indígenas, dos Direitos Humanos, do Desenvolvimento e Assistência Social, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e do Planejamento e Orçamento, além do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e cinco agências do Sistema ONU no Brasil – Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Programa Mundial de Alimentos (PMA) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A representante adjunta da ONU Mulheres Brasil, Ana Carolina Querino, destacou a importância da presença de representantes das entidades citadas para pensar a Cooperação Sul-Sul na área da igualdade de gênero. "Nos últimos anos, o Programa Caminhos para Igualdade vem ganhando mais relevância e velocidade. No início, ele foi direcionado para um trabalho interno com a ABC e, atualmente, estamos ampliando a atuação para que a iniciativa responda cada vez mais às necessidades da cooperação técnica focadas na igualdade de gênero" , ressaltou.
Cecilia Malaguti, responsável pela Cooperação Técnica Trilateral Sul-Sul com Organismos Internacionais da ABC, também ressaltou e agradeceu a participação de mais de 50 representantes de diferentes áreas. "Esses encontros são fundamentais para o compartilhamento de conhecimentos e desenvolvimento conjunto de estratégias e políticas demandadas pelos países do Sul Global, no qual o Brasil se insere e também pode ser beneficiado por essas ações" .
Segundo a gerente de projetos na ONU Mulheres, Livia Salles, a ideia é realizar projetos de cooperação Sul-Sul em temáticas diretamente relacionadas à promoção da igualdade de gênero e também atuar para que a perspectiva da igualdade de gênero seja transversalizada em projetos nos quais que não necessariamente tenham esse tema como central. "A ONU Mulheres entende que a cooperação Sul-Sul é uma ferramenta estratégica para promoção da igualdade de gênero, tanto para o Brasil quanto para os países quem o Brasil troca conhecimentos e práticas". Lívia também comentou sobre as ações do Programa Caminhos para a Igualdade. "Essa foi a segunda oficina que realizamos, com o objetivo de reunir as prioridades programáticas para os próximos anos" .
Neusa Tito, diretora de Autonomia Econômica e Cuidado no Ministério das Mulheres, também foi uma das participantes da oficina. Ela destacou a importância da oficina, principalmente para possibilitar o compartilhamento de informações, experiências e expectativas. “Acredito que quando trocamos experiências, surgem novas questões e novas ideias. Quando falamos em projetos e políticas focadas em gênero, é necessário entender que as mulheres são diversas, elas são rurais, urbanas, negras, indígenas, trans… Existe uma grande diversidade no 'ser mulher' e, nesse contexto, pensar de forma coletiva é o melhor caminho para que essas políticas se efetivem e que, de fato, as mulheres se beneficiem delas" .
Sobre o programa Caminhos para a Igualdade
Assinado em 2018 entre a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a ONU Mulheres, o Programa Caminhos para a Igualdade tem como objetivo integrar a perspectiva de igualdade de gênero nos projetos de Cooperação Sul-Sul liderados pelo Brasil. Dentro desse Programa, as organizações cooperantes iniciaram ações conjuntas, com dois resultados principais. O primeiro é a elaboração e implementação e monitoramento, por parte da ABC, de planos e ferramentas para promoção dos direitos das mulheres em ações internas e para sua transversalização em projetos de Cooperação Sul-Sul. O segundo é que o Brasil e países parceiros tenham capacidades institucionais e governamentais fortalecidas para implementação de normas e compromissos internacionais de direitos das mulheres.