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Papel das mulheres no campo será prioridade em nova fase de projeto
Desde 1994, o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) coordena, no Brasil, o Programa de Pequenos Projetos, implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e financiado pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF) , com acompanhamento da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE). A iniciativa promove o financiamento de pequenos projetos, advindos de organizações da sociedade civil, com temas e focos específicos.
Atualmente, o Programa contempla a estratégia para a Promoção de Paisagens Produtivas Ecossociais (PPP-ECOS) do ISPN, que agora tem mais cinco anos de apoio a organizações comunitárias do Cerrado e da Caatinga, com a aprovação da sétima fase da iniciativa pelo GEF. O diferencial é a atenção ao envolvimento e empoderamento de mulheres do campo e a valorização da sabedoria que vem de povos e comunidades tradicionais, especialmente de vozes femininas.
A Coordenadora da Casa da Mulher do Nordeste, Graciete Santos, destacou que é fundamental integrar as mulheres. "Vemos no dia-a-dia a importância da mulher para a conservação, para o acesso à água. São elas que precisam se desdobrar para dar conta da casa e lutar por mais autonomia. São elas também quem primeiro se conscientizam sobre a importância da conservação. É preciso pensar nas mulheres" , alertou.
Foi com a Casa da Mulher do Nordeste, no Sertão pernambucano, que o PPP-ECOS pôde apoiar um dos projetos que traduzem a força das mulheres. Entre 2017 e 2018, a organização desenvolveu uma iniciativa com o reuso da água que sobra da lavagem da louça, do banho e outras atividades domésticas, para ser usada na agricultura. O projeto garantiu que 44 mulheres tivessem acesso à tecnologia e as capacitou para o repasse da construção do sistema, potencializando esse recurso na Caatinga.
O reuso da água cinza conseguiu aumentar a irrigação nas plantações e garantir mais autonomia para as mulheres. A partir do uso desse recurso, algumas começaram a produzir e comercializar o excedente (saiba mais sobre esse projeto aqui). Essa nova etapa do PPP-ECOS afirma um compromisso para fortalecer ainda mais o foco no empoderamento das mulheres, com ações que promovam o desenvolvimento sustentável.
Entre 2013 e 2018, o PPP-ECOS conseguiu beneficiar cerca de 16 mil famílias em mais de 100 municípios do Cerrado e da Caatinga, por meio de 104 projetos. Esse empenho ainda contribuiu para o manejo sustentável de aproximadamente 950.000 hectares. Onze mil pessoas participaram de processos formativos e houve em torno de 20 contribuições para o aprimoramento de políticas públicas no campo socioambiental. Conheça outros resultados da última fase do PPP-ECOS/GEF no Brasil aqui.