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Oficiais do Corpo de Bombeiros do Paraná participam de missão na Guiné Equatorial para desenvolvimento da corporação daquele país
Para que a atividade ocorra o projeto deve ser aprovado numa parceria entre Brasil e Guiné Equatorial e depois um termo de cooperação técnica na área de Defesa Civil também será assinado. Depois disso, começarão as tratativas internas para envio de equipe de bombeiros profissionais para aquele país, os quais cumprirão missão, juntamente com outros profissionais que este país enviará, durante dois anos.
“A Guiné-Equatorial nos demandou para que possamos apoia-la em todas as atividades que o Bombeiros desenvolve, como no modo de atendimento, de treinamento e de capacitação. Então fizemos duas missões de prospecção e, a partir de agora intensificaremos nossas ações naquele país, para que ele implemente as atividades de Corpo de Bombeiros nos mesmos moldes que nós já adotamos aqui no estado do Paraná, e que tem sido referência”, conta o Comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Juceli Simiano Júnior.
A delegação dos visitantes bombeiros foi composta pelo major Fernando Machado e pelo capitão Ícaro Gabriel Greinert, além de dois representantes da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Paulo Barbosa Lima e Armando Vieira Filho. A ação toda é incentivada e intermediada pelo Embaixador e Diretor da Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores, João Almino.
“Por intermédio do Embaixador foi proposto que uma comitiva brasileira fosse verificar a estrutura que o país possui para saber a viabilidade do projeto. Conhecemos o território, analisamos a estrutura existente, as potencialidades e as dificuldades que a região possui. Visitamos as instalações, as viaturas e equipamentos que serão usados nas ações, porém a grande demanda é a formação de capital humano. Após esta fase, elaboraremos um projeto para que haja a implantação a curto, médio e longo prazo da capacitação dos profissionais daquele país para que possam dar continuidade a esse trabalho”, explica o major Fernando Machado.
A Guiné Equatorial dispõe de lei específica referente à prevenção e à proteção civil, a qual está em vigor desde 2010, porém o país não tem Corpo de Bombeiros civil plenamente estruturado, contando até o momento apenas com duas estações de bombeiros, de caráter militar (que atendem os Aeroportos), subordinadas ao Ministério da Defesa. De acordo com o major Machado, o Corpo de Bombeiros do Paraná ajudará na formação das pessoas, que atuarão no projeto, através de treinamentos. “Este capital humano será necessário para que o Corpo de Bombeiros seja estruturado no país africano”, conta.
Segundo o capitão Icaro Gabriel Greinert, um treinamento básico, feito por uma empresa espanhola, foi promovido para 130 equato-guineenses, dos quais 89, sendo 10 mulheres, foram aprovados. “Foi verificado que este efetivo selecionado necessitará de treinamento específico e que as províncias do continente, principalmente aquelas não contempladas com serviços de Corpo de Bombeiros ou de proteção civil, precisam de um atendimento emergencial”, explica. “A ideia é, também, torná-los auto-suficentes para que treinamentos futuros já possam ser feitos apenas com instrutores equato-guineenses”, completa.
Durante a visita foi delineado pela cooperação brasileira a participação do Corpo de Bombeiros do Paraná em duas áreas de atuação: uma de caráter institucional referente às medidas de prevenção e outra nas ações operacionais. Ainda segundo o capitão Icaro Gabriel Greinert, foi viabilizado o apoio brasileiro à elaboração de mecanismos de prevenção de proteção civil, bem como dos marcos legais e operacionais para a efetiva implementação do sistema de defesa civil equato-guineense, integrado e abrangente.
As instalações do Comitê Nacional e da Comissão Técnica de Proteção Civil, instâncias previstas na legislação do país, deverão contar com o eventual apoio do Brasil. Também há o intuito de desenvolver o treinamento das pessoas pelos brasileiros, de forma a dar sustentabilidade às atividades da Escola de Bombeiros a ser instalada em Bata.
Visando o funcionamento do Corpo de Bombeiros, sua regulamentação institucional e o estabelecimento de plano de carreira, surgiu a necessidade de elaboração de marcos regulatórios para o funcionamento do sistema nacional de defesa civil do país, o que abrangeria modelagem institucional com a devida articulação entre órgãos governamentais.
Ainda segundo o major Machado, a participação do Corpo de Bombeiros do Paraná neste projeto faz com que a doutrina e a técnica utilizada pelos bombeiros militares paranaenses sejam transmitidas e a corporação tenha visibilidade, além de agregar o conhecimento de outras culturas. “Temos a possibilidade de capacitar nosso corpo de instrutor para que possam ter uma experiência internacional e assim vivenciar outras realidades, gerando um crescimento profissional”, destaca.
MISSÃO - O Governo equato-guineense quer instalar sete estações do Corpo de Bombeiros civil, um em cada capital das sete províncias do país: Malabo, Luba, Bata, Annobon, Ebibeyin, Mongomo, Evinayong, além da oitava província, Djibloho, recém-criada, a qual deverá contemplar uma central nacional de informações. A estação de Bata, a maior de todas, sediará também a Escola do Corpo de Bombeiros do país. As instalações estão sendo construídas e equipadas mediante execução de contrato entre o governo e uma empresa.
Durante a missão os bombeiros militares do Paraná participaram de reuniões em Malabo e na região continental do país com o Ministro do Interior e Corporações Locais, Clemente Engonga Nguema Onguene. A atividade possibilitou também o encontro com a Representante Residente local do Programa para o Desenvolvimento das Nações Unidas, Coumba Mar Gadio, com técnicos específicos do assunto, funcionários governamentais, além de Prefeitos e Delegados Provinciais estabelecidos nas regiões visitadas do território continental da Guiné Equatorial.
A delegação brasileira inspecionou estações do Corpo de Bombeiros instaladas na capital e nas cidades de Bata, Ebibeyin e Mongomo, bem como visitou o distrito provincial de Mbini, localizado na Província do Litoral, e a cidade de Djibloho, situada na província recém-criada do mesmo nome, onde será futuramente instalada a nova capital administrativa do país.
Nas visitas foi possível coletar informações relacionadas à proteção civil equato-guineense como manuais de treinamento para a equipe de bombeiros; estatísticas de atendimento; regulamento da lei de proteção civil em matéria de segurança e prevenção de riscos em estabelecimentos de venda, armazenamento e autoconsumo de gasolina e diesel; regulamento de aplicação da lei sobre prevenção e proteção civil na República da Guiné Equatorial; regulamento de aplicação de instalação de hidrantes nos municípios de âmbito nacional.
Os bombeiros presentemente em exercício no país são militares, voltados basicamente para assistência aos dois principais aeroportos do país, localizados em Malabo e em Bata, com apoio de algumas guarnições específicas de menor porte. É intenção da Guiné Equatorial, após a implantação dos bombeiros civis, a integração de todas essas corporações. O que tornaria comum o atendimento imediato a vítimas de desastres, incêndios, soterramentos, naufrágios de embarcações ou acidentes de trânsito, dentre outros, prestado pela polícia, por hospitais ou pelos próprios cidadãos.
Fonte: Polícia Militar do Paraná - http://www.pmpr.pr.gov.br/
Data: 16/06/2016
Jornalista: Marcia Santos (PMPR)
Fotografia: Paulo Barbosa Lima