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O algodão como ferramenta de transformação para as mulheres rurais latino-americanas
O Dia Internacional das Mulheres Rurais, celebrado em 17/10, foi comemorado com o evento virtual “Experiências exitosas de empoderamento econômico das mulheres na cadeia de valor do algodão”, coorganizado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), no âmbito do projeto +Algodão.
O encontro reuniu cerca de 60 participantes, entre agricultoras, pesquisadoras, extensionistas técnicas e gestoras públicas para debater o papel e os desafios enfrentados pelas mulheres do setor algodoeiro na América Latina, em seu caminho rumo ao empoderamento no campo e à independência econômica.
O projeto +Algodão é uma iniciativa da cooperação Sul-Sul Brasil-FAO, coordenada pela ABC e pela FAO em parceria com seis países da região: Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Paraguai e Peru.
Mariana Falcão, analista de projetos da ABC, reforçou que o projeto +Algodão implementa diversas ações, desde a produção até a transformação, com o enfoque de gênero como eixo transversal fundamental para promover a inclusão e a equidade das mulheres na cadeia algodoeira. “O empoderamento das mulheres do algodão é essencial para alcançar um desenvolvimento mais inclusivo e sustentável”, destacou.
Patricia Mourão, coordenadora geral de organização socioeconômica das mulheres rurais do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar (MDA) do Brasil, destacou o papel essencial que as mulheres desempenham em todas as etapas da cadeia do algodão, desde o plantio até o processamento e a produção artesanal. “As mulheres são protagonistas desse processo, mas seu trabalho continua sendo desvalorizado e não reconhecido”, alertou Mourão, que apresentou as políticas públicas desenvolvidas no Brasil para as mulheres rurais: Programa Nacional de Cidadania e Bem Viver; Programa Quintais Produtivos; e o Programa de Organização Produtiva e Econômica.
Ingrid Zabaleta, assistente executiva regional do projeto +Algodão pela FAO, lembrou que o Dia Internacional da Mulher Rural é oportunidade para visibilizar o papel crucial das mulheres rurais no desenvolvimento de seus territórios e na erradicação da pobreza e da insegurança alimentar. “É um dia para impulsionar mais esforços que melhorem as condições sociais, econômicas e culturais das mulheres rurais”, afirmou.
Do Peru, Marita Sánchez, chefe do Centro de Inovação Tecnológica Turística Artesanal Sipán (CITE-SIPAN), explicou que a instituição trabalha para posicionar o artesanato peruano nos mercados nacionais e internacionais, fortalecendo as associações e cooperativas de artesãs para melhorar sua competitividade. Entre as ações, desenvolvem oficinas de arte ancestral e de associação com grupos de mulheres, entre outras.
Durante o evento foi anunciada a primeira presidência da Rede Latino-Americana de Mulheres do Algodão, que fica a cargo da agricultora Graciela Galván, produtora de algodão agroecológico e membro da Rede Argentina de Mulheres do Algodão (RAMA).