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Mulheres rurais do Equador contribuem para o resgate do algodão
Com o apoio do projeto +Algodão, as 127 associadas da AMUCOMT diversificam suas atividades com o resgate da fibra, abrindo novas oportunidades de empreendimento
Publicado em
14/10/2021 15h53
Antes de se organizarem e de se fortalecerem na condição de mulheres e produtoras autônomas, as integrantes da Associação de Mulheres Comunitárias do Cantão de Tosagua (AMUCOMT), no Equador, se dedicavam, para além do cuidado da família e do trabalho doméstico, à produção agrícola e pecuária familiar.
Liderada por mulheres, a Associação, formada por 127 associadas que se dedicam ao cultivo de amendoim, mandioca e milho, inicia agora um importante resgate do algodão, com o apoio do projeto de cooperação técnica do Brasil com a FAO denominado +Algodão. Adicionalmente, elas comercializam milho duro de forma associativa, beneficiando mais de 1.000 famílias de produtoras e produtores, tornando-se, em 2021, a principal comercializadora do ´cantão´.
Protagonismo
Para as associadas, o algodão, que teve sua época áurea na região na década de 70, ressurge como uma nova contribuição para a família, com uma produção de qualidade e que permite a geração de mais renda por meio da diversificação.
“Agora acreditamos que somos as protagonistas desse empreendimento, que é o algodão”
, comemora a agricultora associada Melva Ormaza.
O projeto +Algodão Equador é executado em conjunto pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAG) do Equador.
Com o apoio do projeto, as mulheres da AMUCOMT estão contribuindo com o trabalho de resgate da cultura do algodão equatoriano. Para tal, realizam a transformação da fibra, por meio do descaroçamento com a utilização de tecnologia inovadora de pequena escala: uma mini-descaroçadora, única no Equador, enviada ao país pelo projeto +Algodão em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA Algodão)
.
Resgate
A reativação da produção de algodão como cultura associada fortalecerá ainda mais a atuação dessas mulheres que, desde 2005, quando instituíram a AMUCOMT, tornaram-se produtoras e fornecedoras, que não só contribuem para o desenvolvimento familiar, mas também desempenham um papel fundamental na organização e na economia local como gestoras de mudança.
“O empoderamento das mulheres, principalmente na agricultura familiar camponesa, é muito importante”
, destaca a associada Yrma Dominguez. A agricultora destaca, ainda, a importância da cultura do algodão, como um produto do qual se extraem matérias já elaboradas como fibra, fios e tecidos. Com relação à mini-descaroçadora, destacou os benefícios para o futuro, a possibilidade de empreender e dar um outro 'salto', abrindo as suas próprias oficinas de costura, utilizando matéria-prima com valor agregado para a confecção.
A associação AMUCOMT recebeu neste ano a certificação “SOMOS EPS”, atribuída a organizações que cumprem os princípios da Economia Popular e Solidária (EPS) em todo o país, o que lhes permite vantagens como a participação preferencial em espaços de promoção e comercialização, bem como a articulação de seus produtos e serviços com empresas privadas. E, em outubro, ela receberá o selo de agricultura familiar camponesa associativa."