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Mais uma etapa do Projeto Cotton Victoria é concluída
O Plano Anual de Trabalho (PAT) 2020-21 do " Projeto Regional de Fortalecimento do Setor Algodoeiro na Bacia do Lago Victoria ", ou “Cotton Victoria”, apresentado nesta sexta-feira (13/3), pode sofrer algumas alterações em vista das medidas emergenciais tomadas, mundialmente, por ocasião da pandemia do coronavírus, decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) .
Essa foi a conclusão a que chegaram os participantes da 4ª reunião do Comitê Gestor do projeto Cotton Victoria , realizada entre os dias 9 e 13 de março em Uberlândia, Minas Gerais. Estavam presentes representantes da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE) , coordenadora da iniciativa, e os representantes da Universidade de Lavras (UFLA) , uma das parceiras no projeto e executora das capacitações e treinamentos fornecidos ao Burundi, Quênia e Tanzânia, bloco de países que integra o Cotton Victoria.
Como algumas das atividades exigem deslocamento de especialistas, sejam vindos da África ou provenientes do Brasil, a confirmação de parte da programação apresentada no PAT ainda está pendente e será devidamente comunicada.
O PAT foi apresentado pela analista de projetos da ABC, Camila Ariza, logo após a apresentação dos avanços ocorridos na Tanzânia em 2019. O balanço foi feito por Paul Saidia do Instituto de Agricultura e Alimentação da Tanzânia.
O grande destaque dos avanços naquele país ficou por conta do número expressivo de Unidades Técnicas de Demonstração (UTDs) estabelecidas nas propriedades familiares por iniciativa dos próprios tanzanianos, onde são realizados testes e aplicação dos conhecimentos técnicos compartilhados pelo especialistas brasileiros com os países envolvidos no projeto. Segundo Saidia, chegou-se a um total de 320 UTDs. Uma delas, inclusive, próxima a uma escola, o que garante com que os estudantes sirvam de multiplicadores juntos às suas famílias. “Estabelecemos várias das unidades na beira das estradas com o intuito de chamar a atenção da população sobre as iniciativas que estamos tomando para melhorar a qualidade dos nossos cultivos de algodão e incentivar o plantio” , destacou o especialista.
O professor Antônio Fraga, engenheiro agrônomo da UFLA, especialista em cotonicultura, e que acompanha o projeto desde o início, parabenizou os representantes da Tanzânia e declarou que, no ano passado, quando sua equipe visitou os campos no país, eles já previam bons resultados. “Parabenizo vocês pelos números expressivos apresentados hoje” , disse. “ É bom lembrar que alguns dos resultados foram alcançados sem nenhum custo adicional, apenas por meio do melhor espaçamento das plantas e pelo plantio realizado em linha ”, lembrou Fraga.
Fraga recordou a visita feita no dia anterior à fazenda mineira e aconselhou os africanos. “ Na cultura do algodão é necessário que o campo seja vigiado diariamente, desde a semeadura ”, disse. “ A regra básica a seguir é: não nasceu tem que replantar e se nasceu a mais é preciso retirar ”.
Já o coordenador técnico do projeto pela UFLA, professor Pedro Neto, lembrou que o volume de informações compartilhadas durante a semana de trabalho, nas diferentes atividades propostas, foi muito grande e que é necessário fazer uso dessas informações.
O coordenador percebeu que, com as apresentações, ficou evidente a necessidade de ter atenção especial à conservação do solo e da água. Não só para garantir os nutrientes que vão dar vida às plantações, mas porque são a base para a agricultura. “ Conservar o solo e a água é um ato de respeito à natureza ”, lembrou. “ Precisamos fazer um belo trabalho de extensão rural e assumir nossa responsabilidade durante todo o processo ”, acrescentou o coordenador.
O coordenador-geral de cooperação técnica com a África, Ásia e Oceania da ABC, Nelci Caixeta, parabenizou a apresentação dos tanzanianos e disse que a multiplicação das áreas de demonstração, especialmente próximas a escolas, é um modelo a ser copiado pelos demais países. “ Todo o nosso trabalho é feito com o objetivo de ampliar conhecimento ”, disse. “ Replicar e divulgar esses campos contribuem para esse objetivo ”, concluiu.
A próxima reunião do Comitê Gestor está agendada para julho ou agosto, no Quênia, dependendo de como seguirão as ações relacionadas às medidas de combate ao alastramento do coronavírus.
Autor: Claudia Caçador