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Latino-americanos aprendem com experiências agrícolas brasileiras no setor algodoeiro
Realizou-se essa semana, em Brasília, "Seminário Internacional de Combate ao Bicudo", considerado a principal praga dos algodoeiros nas Américas. Se não controlado corretamente , o Bicudo pode causar perdas de até 70% da produção em função da sua alta capacidade de reprodução e elevado poder destrutivo.
O evento, que contou com representantes do Paraguai, Peru, Colômbia, Bolívia, Equador e Argentina, insere-se no projeto de cooperação técnica "Mais Algodão" , desenvolvido pelo Brasil, por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Itamaraty, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e com os governos desses seis países. O projeto, que tem atividades regionais mas também ações específicas adaptadas às necessidades e realidade de cada pais, tem como objetivo central contribuir com a sustentabilidade da produção de algodão latino-americana, por meio da colaboração de instituições brasileiras reconhecidas por seus conhecimentos e experiência em pesquisa e políticas públicas, assistência técnica e extensão rural, comercialização e organização da cadeia de valor.
Dada a importância da produção algodoeira para a economia agrícola na América Latina, em especial para os agricultores familiares, e dado o prejudicial e expressivo impacto causado pelo Bicudo na região, o Seminário foi organizado com o objetivo de promover a troca de informações e conhecimentos sobre o tema, através do compartilhamento de boas práticas brasileiras para o controle do Bicudo do algodão adotadas pelo País. O Brasil possui experiências exitosas de combate ao Bicudo, em contextos de solo e clima semelhantes aos dos países latino-americanos, o que facilita a troca de informações sobre o manejo, controle e coexistência com a praga.
Entre os temas das palestras, foi apresentado o perigo do Bicudo para a cadeia produtiva do algodão, o impacto da incidência de Bicudo nas plantações e compartilhadas algumas medidas de controle. Os participantes tiveram ainda a oportunidade de visitar a sede da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia .
Em suas palavras, o Diretor Executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA) , Marcio Portocarrero, expressou satisfação em receber tal seminário na sede da sua instituição, dada a importância do tema para os produtores de algodão. "É um prazer compartilhar com vocês as nossas estratégias sobre como conviver e/ou eliminar esta ameaça", afirmou em suas palavras de abertura.
Para a coordenadora dos projetos de Cooperação Sul-Sul Trilateral com organismos internacionais da ABC, Cecília Malaguti, este evento é considerado um dos mais importantes para o projeto, dadas as graves consequências que uma plantação sofre quando é atacada pelo Bicudo. "Mobilizamos aqui os nossos principais parceiros, para o intercâmbio de conhecimentos que, esperamos, contribua com o desenvolvimento da produção de algodão nesses países e a segurança alimentar dessas populações" , concluiu a representante da ABC.
Para o Chefe Geral da Embrapa Algodão , Liv Soares Severino, o Bicudo é um problema de toda a América Latina e, juntos, os países são mais fortes para encontrarem, juntos, uma solução para este grande desafio.
Pelo Brasil, participaram do Seminário representantes da ABRAPA, Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt) , EMBRAPA Algodão, Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (EMPAER) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) , além de integrantes do Escritório Regional da FAO no Chile.
O projeto "Mais Algodão" conta ainda com o conhecimento técnico da ABRAPA, da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) , e é financiado pelo Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) .
Fotos: Alvaro Costa
ABC, 12/07/2019
Autor: Janaina Plessmann