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Jovens paraguaias ampliam seus conhecimentos em tecnologias e inovações na produção de algodão em visita técnica ao Brasil
Duas jovens alunas, Natalia Aguilar Venega e Luisa Curtido Martínez, da Escola Agrícola de Villarrica, no Paraguai, participaram de uma visita técnica de capacitação ao Brasil para ampliar seus conhecimentos em tecnologias para a produção de algodão para agricultura familiar.
Durante uma semana, elas visitaram as cidades nordestinas de Barbalha, Campina Grande, João Pessoa e Remígio, onde conheceram experiências bem-sucedidas na produção e manejo convencional de algodão como de cuidados com o solo, fertilização, controle de pragas (teoria e prática), entre outros.
As estudantes visitaram o escritório local da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) , onde conheceram o laboratório e as máquinas utilizadas no processamento do algodão e; na Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer-PB), foram levadas pelos técnicos extensionistas para uma atividade em campo de assistência técnica, para unir os conhecimentos teóricos e a prática.
No último dia, as estudantes paraguaias participaram de um Dia de Campo sobre o cultivo de algodão orgânico em um assentamento de agricultores familiares e conheceram um pouco mais a experiência de certificação de produtos orgânicos.
A aluna Natalia contou sobre a atividade em Barbalha: “estivemos em um campo experimental da Embrapa para conhecermos o sistema de algodão orgânico, além da produção de algodão colorido, além disso, fizeram uma apresentação sobre manejo integrado de pragas” . As duas jovens também comentaram sobre a visita às propriedades de agricultores familiares que produzem algodão de maneira agroecológica e que comercializam seus produtos para uma cooperativa local e em feiras da região.
Durante a visita à cooperativa, as alunas também aprenderam um pouco mais sobre as políticas públicas brasileiras voltadas para a agricultura familiar, como a de compra de produtos para alimentação escolar, conhecida como Pnae. Para a extensionista social da Empaer-PB, Kelly Figueiredo, as jovens “retornarão ao Paraguai com uma experiência valiosa, entendendo como funcionam as políticas públicas de apoio ao produtor de algodão e o funcionamento do processo de comercialização”.
Jorge Meza, representante da FAO no Paraguai, chamou a atenção para a “necessidade de intensificar o intercâmbio de jovens estudantes e profissionais com outros países, especialmente com o Brasil, para expandir suas experiências e predisposição à inovação na produção de algodão que, por muito tempo, significou um meio de vida importante para os agricultores paraguaios”
A missão foi acompanhada pelos técnicos da Direção de Educação Agrária (Deag) do Parguai e pela assistente de projeto da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Mônica Pinto, que ressaltou que essas atividades realizadas no âmbito do projeto +Algodão são muito importantes dentro do papel desempenhado pelo ABC, de compartilhamento de conhecimentos e experiências de instituições brasileiras, como a Embrapa e a Empaer-PB, com os países que fazem parte dessa iniciativa de cooperação sul-sul trilateral.
Segundo Mônica, para as jovens ganhadoras o concurso foi uma oportunidade de conhecer os campos experimentais, bem como os desafios, as dificuldades e os resultados dos anos de pesquisa do Brasil e que têm possibilitado a produção de algodão na região visitada. "Elas poderão compartilhar e multiplicar os novos conhecimentos com seus colegas, além de poder colocá-los em prática nos campos de algodão no Paraguai" , afirmou.
Concurso
As alunas Natalia e Luisa ganharam o Concurso de Sistema de Produção de Algodão, promovido pela Diretoria de Educação Agrícola (DEA) do Paraguai em conjunto com o projeto +Algodão Paraguai, executado de forma conjunta pela FAO e os governos do Brasil e do Paraguai. O concurso foi dirigido a todos os alunos do segundo ano técnico em agricultura das Escolas Agrícolas, sob a gestão do Ministério da Agricultura e Pecuária do Paraguai.
O projeto +Algodão Paraguai, executado no país desde 2014 pela FAO, o governo brasileiro, representado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e o governo paraguaio, tem focado suas ações no fortalecimento das capacidades institucionais por meio do intercâmbio de tecnologia, treinamento, extensão rural e articulação entre os atores do setor público e privado, contribuindo para a melhoria da produtividade e das condições de vida dos agricultores familiares.
A experiência do Brasil na atividade do algodão é uma referência para o projeto no Paraguai, resultado de seus avanços na pesquisa e no desenvolvimento de novas tecnologias adaptadas ao cultivo do algodão, que transformaram o Brasil em um grande exportador de algodão.
Fonte: Com Informações da FAO