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Iniciativa pioneira no Equador usa drones para identificar problemas e encontrar soluções para uma produção eficiente.
Buscando medir a produtividade e analisar as respostas para os cultivos de algodão diante de problemas como estresse hídrico, mudanças climáticas, doenças e pragas, um grupo de pesquisadores de Agronomia e Engenharia Agronômica da Universidade Técnica de Manabí (UTM) , no Equador, implementam um projeto de pesquisa no país com o uso de veículos aéreos não tripulados (drones) para a produção de algodão.
O objetivo é identificar os problemas que causam baixa produtividade e consideráveis perdas econômicas para os agricultores e desenvolver soluções que permitam um cultivo produtivo, melhorando assim as condições de vida das famílias de agricultores.
Até o momento, as experimentações em andamento do uso dessa tecnologia permitiram obter imagens multiespectrais de alta resolução em 64 parcelas demonstrativas de 36 m2 de algodão localizadas em "La Teodomira", o campus experimental da Universidade. Com o uso da variedade de sementes DP-ACALA 90, foram aplicados 16 tratamentos diferentes, com o objetivo de avaliar o efeito da adubação orgânica e inorgânica acompanhada por microrganismos eficientes no comportamento produtivo do algodão, em diferentes doses de nitrogênio.
Aumento da produção algodoeira
Os pesquisadores analisaram em todas as plantas de algodão a quantidade de capulhos, o peso médio, o peso das fibras e das sementes, identificando a produção por hectare. O resultado alcançado validou como o tratamento mais adequado pode gerar para a produtividade do cotonicultor um aumento de 4 toneladas por hectare; O rendimento do país varia de 1,68 a 3,00 t/ha.
Além de mover os indicadores técnicos, essa experiência possui um forte componente educacional. “Trabalhamos durante esse primeiro ciclo agrícola com mais de 500 estudantes de graduação e pós-graduação, sistematizando dados importantes para a indústria do algodão, e esperamos que sejam utilizados por organizações e instituições relevantes, ajudando a gerar políticas públicas que aumentem a produtividade e a sustentabilidade da agricultura familiar algodoeira ” , disse o Dr. Henry Pacheco, da UTM, um dos docentes líderes de pesquisa.
+Algodão
A pesquisa com uso de drones é apoiada pelo projeto +Algodão Equador, uma iniciativa de cooperação Sul-Sul trilateral realizada em conjunto pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAG) do Equador , a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), que coordena e financia os projetos de cooperação por parte do governo brasileiro, e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) .
A coordenadora regional do projeto + Algodão, Adriana Gregolin, avalia a pesquisa realizada no Equador como muito positiva. “Promovemos por meio do projeto, o uso da inovação tecnológica, que beneficia os agricultores familiares camponeses de mãos dadas com a extensão rural, a pesquisa e a academia. O uso de tecnologias em sistemas de produção de algodão, por exemplo, no caso de drones no Equador, representa uma oportunidade para otimizar o apoio aos agricultores na identificação de problemas na lavoura e encontrar soluções que gerem melhor produção e, consequentemente, melhor renda” , disse Adriana.
Mais algodão, mais tecnologia, mais informação
Iniciado em 2017, o projeto +Algodão Equador tem como principal objetivo contribuir com o governo equatoriano para o desenvolvimento sustentável da cadeia nacional de valor do algodão, com ênfase na troca de conhecimentos e boas práticas entre o país e o Brasil
Outras inovações tecnológicas foram promovidas no âmbito do projeto, como, por exemplo, o desenvolvimento contínuo de uma máquina colheitadeira de algodão de linha única, que permitirá que técnicos de campo e produtores de algodão trabalhem de maneira ágil, moderna e eficiente, melhorando a produção agrícola, ampliando a renda e a qualidade de vida da agricultura familiar.
Além do Equador, o projeto +Algodão está sendo realizado em outros seis países parceiros: Argentina, Bolívia, Colômbia, Haiti, Paraguai e Peru.
Fonte: Com informações FAO