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Especialistas do Brasil e da Colômbia trocam conhecimentos sobre agroecologia
O projeto Semeando Capacidades, que está em andamento na Colômbia, realizou sua primeira oficina virtual, no último dia 22 de junho, para identificar os principais antecedentes do Brasil e da Colômbia em relação ao desenvolvimento de pesquisas em Agroecologia e para gerar a troca de conhecimentos entre os dois países, no âmbito do projeto.
A reunião virtual contou com a presença de mais de 50 pessoas entre representantes dos governos da Colômbia e do Brasil, pesquisadores, academia e organizações da sociedade civil.
O coordenador regional do projeto, Ronaldo Ferraz, explicou que a iniciativa colombiana Semeando Capacidades integra as ações do projeto regional América Latina e Caribe sem Fome, do Programa de Cooperação Brasil-FAO, com a contribuição financeira e assistência técnica do governo brasileiro, representado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE) , e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) , bem como a contribuição do governo colombiano, por meio do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADR) .
Pesquisa
Os Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) , Fernando Curado, da Embrapa Tabuleiros Costeiros, e Paola Bianchini, da Embrapa Semiárido , apresentaram o tema da pesquisa brasileira em Agroecologia.
Fernando Curado comentou que a agroecologia foi construída sob um novo paradigma focado em aspectos como a valorização dos saberes locais em sua dimensão social, política, ambiental e cultural, ainda que integrado com o conhecimento científico. Já Paola Bianchini destacou a importância de estudar e aprofundar o conceito de território para entender a dinâmica da produção agroecológica.
Sara Campos, representante do MADR, da Colômbia, apresentou o Plano Estratégico de Ciência, Tecnologia e Inovação do Setor Agropecuário (PECTIA) 2017-2027, destacando o objetivo 3 do plano, que visa promover o desenvolvimento de sistemas produtivos ambientalmente sustentáveis.
A professora da Universidade de Brasília (UnB) Flaviane Canavessi falou do desenvolvimento dos núcleos de Agroecologia, destacando elementos como: articulação de organizações sociais, professores e pesquisadores, a abordagem multidimensional e interdisciplinar entre ensino, pesquisa e extensão e a implementação de metodologias participativas e diálogo. De acordo com Canavessi, “os núcleos da agroecologia têm sido um cenário fundamental para a articulação e revitalização dos processos agroecológicos e contribuíram significativamente para a construção de políticas públicas” .
Políticas públicas
O coordenador executivo da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Paulo Petersen, afirmou que as diretrizes e a agenda de pesquisa devem estar vinculadas a políticas públicas intersetoriais que melhoram a 'reterritorialização' dos processos agroalimentares e agroecológicos. Paulo Petersen ressaltou a importância de reconhecer outras formas de construção de conhecimento como aquele das comunidades dotadas de saberes próprios, com novas formas de economia e governança, além de reconhecer o papel das universidades e da pesquisa, como articuladoras e facilitadoras de processos.
Os participantes definiram, como próximos passos, a realização de duas oficinas virtuais para a construção de diretrizes de pesquisa em Agroecologia e uma pesquisa virtual para identificar as principais linhas de trabalho, especialidades e linhas de pesquisa em Agroecologia.
Semeando Capacidades
O projeto Semeando Capacidades, iniciado em janeiro de 2020, no âmbito da Cooperação Internacional Brasil-FAO, busca aumentar a rentabilidade e sustentabilidade do campo, na Colômbia, sendo um importante instrumento de apoio para que a agricultura do país cumpra seu papel de contribuir para a transformação econômica, social e política. As diretrizes de pesquisa em Agroecologia no âmbito do projeto incluem: extensão agropecuária, Agroecologia, mercados diferenciados e sistemas de informação.
Fonte: Com informações e foto: FAO