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Engenheiros palestinos conhecem práticas de reciclagem brasileiras
A iniciativa é coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) , em parceria com a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) , com o Ministério da Saúde do Brasil e com o governo da Palestina. Essa é a segunda atividade de compartilhamento de experiências com o governo palestino, no setor de resíduos sólidos, realizada este ano.
Em março, representantes brasileiros estiveram no país, a pedido do governo local, para identificar as áreas de interesse para uma futura ação de cooperação técnica. Na Palestina, há, atualmente, apenas dois aterros sanitários em funcionamento e ambos estão com capacidade de armazenamento de lixo quase esgotada. A expectativa é de que as ações em parceria com o Brasil resultem em iniciativas para prolongar a vida útil das instalações.
Para o Engenheiro e Diretor do Departamento de Saúde Ambiental da Palestina, Ibrahim Atiya, a visita a Brasília tem sido bastante proveitosa: “Os catadores e as instituições brasileiras levam o lixo a sério. Eles sabem o que fazer. Estou impressionado e acredito que juntos podemos encontrar soluções para os nossos desafios”.
Na última terça-feira, 23, a delegação visitou uma estação de transbordo do Sistema de Limpeza Urbano do DF (SLU) , em que a cooperativa de catadores Cooperdife faz a separação dos materiais recicláveis antes que o lixo seja levado para o aterro sanitário. A cooperativa trabalha em parceria com o Governo do Distrito Federal (GDF) desde 2008 e conta, atualmente, com 60 catadores cooperados, que se dividem entre a coleta seletiva nas ruas e a triagem dos resíduos na estação de transbordo. Na Palestina, não existem cooperativas e os catadores, que trabalham individualmente, não são valorizados nem recebem apoio governamental.
Gilmar Silva, Presidente da Cooperdife e catador desde os sete anos, compartilhou com os engenheiros palestinos as principais atividades realizadas na estação e as técnicas utilizadas para otimizar e qualificar a separação dos materiais recicláveis. Para ele, é fundamental que os catadores se agrupem em cooperativas para reunir quantidade suficiente para vender para as indústrias. A prensa dos recicláveis, realizada por meio de equipamentos adquiridos com apoio do governo, também é importante para garantir um bom valor de revenda.
A agenda de visitas e reuniões em Brasília segue até sexta-feira e uma iniciativa de cooperação técnica deve ser firmada antes do retorno da delegação para a Palestina.
Autor: Isabelle Marie/ AgênciaBrasileira de Cooperação (ABC)