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Encontro do Comitê Gestor do Projeto Cotton Victoria segue em Uberlândia
O terceiro dia (11/3) de encontro dos representantes do Burundi, Quênia e Tanzânia com os especialistas da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores (MRE) , foi reservado para a continuação das apresentações dos avanços do projeto por parte de cada um dos países e para uma visita à sede da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (AMIPA) , também parceira do " Projeto Regional de Fortalecimento do Setor Algodoeiro na Bacia do Lago Victoria ", ou “Cotton Victoria”.
O grupo iniciou os trabalhos tirando dúvidas sobre a apresentação feita pelo Burundi, no dia anterior, especialmente sobre uso de diferentes variedades de plantas, estratégias para produção de sementes e ampliação de cultivo de algodão em outras áreas geográficas no país.
Os representantes do Burundi foram parabenizados por todos os presentes pelos avanços ocorridos em 2019, apesar dos desafios enfrentadas pelo país africano desde seca extrema até questões técnicas ligadas ao projeto.
Segundo Gustave Majambere, diretor-geral da Companhia de Gerenciamento do Algodão ( Compagnie de Gérence du Coton - COGERCO) do Burundi, o projeto está fazendo experimentos de cultivo no norte do país, na fronteira com Ruanda. “ O apoio da ABC é essencial para desenvolvermos o cultivo do algodão nessas outras regiões ”, destacou.
A apresentação feita pelo ponto focal do Quênia, Alex Kimani Mugnai, destacou os avanços do ano passado, que incluíram aprendizado sobre densidade de cultivo, multiplicação na produção do algodão, observação de diferentes variedades, formação no manejo integrado de pragas e, também, estratégias de comunicação social para aumentar a visibilidade do projeto no país.
O coordenador-geral de cooperação técnica com África, Ásia e Oceania da ABC, Nelci Caixeta, lembrou que os países africanos fazem um esforço enorme para conciliar uma série de desafios técnicos, financeiros e/ou climáticos. “ Esses desafios todos testam a continuidade do projeto ”, lembrou. “ Devemos sempre lembrar que os desafios são constantes, mas cada passo adiante é uma conquista que tem seus reflexos ”.
AMIPA
O Diretor-Executivo da AMIPA, Lício Pena Sairre, apresentou detalhes sobre a produção de algodão em Minas Gerais, os mecanismos do associativismo e falou sobre o surgimento e funcionamento da AMIPA, antes do grupo seguir para uma visita a sua sede.
O especialista apresentou as principais técnicas de monitoramento e controle das doenças relacionadas com o algodão, em especial o chamado "bicudo do algodoeiro". Informou que a AMIPA tem produzido agentes biológicos no controle de pragas, visando a diminuição do uso de químicos nas lavouras.
Sairre apresentou os principais agentes biológicos usados no combate às pragas na cotonicultura, com destaque ao tricograma que é um dos 54 macroorganismos usados no Brasil e produzidos pela AMIPA. É também tecnologia proposta pela Associação o uso de um drone para dispersar os agentes biológicos nas lavouras. “ Essa tecnologia já está sendo usada para dispersar o tricograma e estamos agora liberando também o crisopídeo ”, disse Sairre.
Após a apresentação, o grupo seguiu para a sede da empresa onde conheceram a biofábrica e o laboratório de classificação de fibras de algodão.
Autor: Claudia Caçador