Notícias
ECONOMIA - Embaixador Brasil vai investir R$ 80 milhões em cooperação na América Latina nos próximos três anos
O diretor da Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Fernando José Marroni de Abreu, informou na quarta-feira (19), na Câmara, que o Brasil vai investir, nos próximos três anos, 40 milhões de dólares (cerca de R$ 80 milhões) em projetos de cooperação internacional para o desenvolvimento na América do Sul, América Central e Caribe.
Segundo ele, a maior demanda está nas áreas de agricultura, educação e programas de inclusão social. Marroni participou do seminário "Os desafios da política externa brasileira em um mundo em transição”, realizado pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O embaixador disse ainda que o Brasil vai investir 36 milhões de dólares (cerca de R$ 72 milhões) na África, em projetos nas áreas de agricultura, saúde e formação profissional, também nos próximos três anos.
Para o representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Helder Muteia, o Brasil tem grande responsabilidade no combate à fome no mundo. Ele defendeu a transferência de tecnologia da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) para outros países e destacou a importância de o Brasil apoiar a agricultura familiar - "70% dos alimentos que chegam à mesa do brasileiro vêm da agricultura familiar”.
China - Sobre o descontentamento de setores da economia que reclamam de concorrência desleal da China, o representante do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Affonso Ouro Preto, disse que o Brasil poderia negociar mecanismos de quotas com o país ou estabelecer barreiras para dificultar a entrada de produtos que prejudicam a indústria.
O geógrafo e autor de livros sobre a China, Elias Jabbour, ressaltou que o crédito é o motor do processo de desenvolvimento do país oriental. A relação crédito/PIB é de 166%. Já no Brasil é de 50,1%, comparou o professor. "A partir de 1993 foram criados quatro grandes bancos estatais de desenvolvimento, mais 12 do tipo comercial”, disse. O Brasil, observou, possui apenas o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).
Na avaliação do professor da Universidade Estadual Paulista e integrante do Instituto Confúcio, Luis Paulino, o governo brasileiro precisa traçar uma estratégia mais clara de relacionamento com o país. "A China nos traz desafios: parte da indústria se vê ameaçada pela concorrência chinesa. Mas a China também representa grande oportunidade de expansão para o Brasil”, ponderou.
Fonte: Jornal da Câmara
Por: Oscar Telles
Data: 21/09/2012
Link: http://www.camara.gov.br/internet/jornalcamara/default.asp?selecao=materia&codMat=75254&codjor=
Autor: ABC
Fonte: Cooperação Técnica Internacional