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Diretor da ABC encontra-se com Presidente de Timor-Leste
O Diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Embaixador Ruy Pereira, se reuniu, em 03 de janeiro, com o Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta , para apresentar o trabalho desenvolvido pela cooperação brasileira e seus parceiros.
Participaram d o encontro também r epresentantes do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos ( PMA ) no Brasil .
A cooperação do Brasil com Timor-Leste , que antecedeu a independência daquele país , foi inicialmente operacionalizada pelo Escritório de Representação do Brasil em Díli, estabelecido em abril de 2000. Vale lembra r , ainda, que o decreto que criou a Embaixada brasileira em Dili foi publicado três dias antes da formalização da independência de Timor-Leste, em 17 de maio de 2002.
O Diretor da ABC explicou como funciona a cooperação brasileira e destacou algumas das suas principais áreas de atuação. Até hoje, em Timor-Leste mais de 83 iniciativas de cooperação do Brasil foram executadas sob a coordenação da ABC, com recursos orçamentários da Agê ncia que alcançam o valor acumulado de cerca de US$ 10 milhões.
O Embaixador Ruy Pereira lembrou os princípios da cooperação técnica e humanitária brasileira: orientação por demanda, horizontalidade, neutralidade, não-condicionalidade , respeito à soberania, desenvolvimento de capacidades, desvinculação de interesses comerciais e benefícios mútuos. “A cooperação é uma das vias que reforçará a volta d o Brasil ao cenário internacional, ao ocupar o papel de protagonista que historicamente teve nesse campo ” , afirmou. O diplomata brasileiro recordou a s iniciativas que compõem , atualmente , a pauta de cooperação do Brasil com Timor-Leste.
O Coordenador-Geral de Cooperação Humanitária da ABC , Ministro José Solla , ressaltou a importância do p rojeto de caráter humanitário, em curso naquele país, a f ornece r apoio , inclusive financeiro , para atividades de subsistência , por meio de produção hortícola e criação de caprinos , notadamente após as inundações provocadas pelo ciclone Seroja . A iniciativa foi desenvolvida em parceria com o escritório do Programa Mundial de Alimentos (PMA) em Díli .
O Presidente timorense sublinh ou a intenção de m elhor conhecer o s programas brasileiros de combate à insegurança alimentar e nutricional, especialmente o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) , coordenado pelo FNDE.
Na sequência, Luciana Gottschall , Coordenadora de G estão O rçamentária e F inanceira da A limentação E scolar no FNDE , apresentou a experiência do PNAE como eficaz estratégia de combate à fome . Ademais, indicou medidas que o Brasil adota no combate à má nutrição, na produção e no estímulo de alimentos saudáveis e adequados . Re lembr ou a legislação específica sobre a compra de alimentos da agricultura familiar por parte das instituições públicas no País .
A Coordenadora de Projetos de Nutrição e Agricultura do Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil , Albaneide Peixinho, e o Vice-Chefe de Programas, Vinícius Limongi, falaram sobre o trabalho d o Centro com assistência técnica Sul-Sul para promoção de ações de combate à fome.
Albaneide Peixinho também citou o trabalho dos projetos “ Além do Algodão ” e “ Nutrir o Futuro ” , realizados em parceria com a ABC, voltados para garantir a segurança alimentar e o combate à múltipla carga da má nutrição em países da África, Ásia e América Latina. “Aprendemos muito com esses países e a aprendizagem é sempre em mão dupla” , afirmou .
Vinícius Limongi ressaltou o papel da Visita de Estudos Virtual no auxílio à criação e manutenção de programas de alimentação escolar em países da África, Ásia e América Latina. “ Timor foi o primeiro país em que trabalhamos com uma visita ao Brasil” , recordou Vinícius como exemplo de cooperação com a ABC, quando o Centro foi criado , em 2011.
O presidente José Ramos-Horta afirmou que uma d e suas prioridades d o seu governo é a luta contra a pobreza. “É abominável que com os recursos financeiros que temos, derivados da nossa exportação honesta de petróleo e gás, ainda tenhamos tanta pobreza e subnutrição” , afirmou. Como lembrou, é advogado da sociedade e tem papel fundamental na missão de diminuir desigualdades e acabar com a fome. O Diretor da ABC expressou ao Presidente Ramos-Horta que pode contar om o Brasil/ABC para essa tarefa, entre outras que possam executar-se por meio da cooperação técnica e humani tária do Brasil.