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Dia Mundial do Algodão 2021: “Cotton For Good”
Mais uma celebração remota marca a data criada pela Organização Mundial do Comércio (OMC) para destacar a importância da fibra
Publicado em
07/10/2021 08h00
Atualizado em
22/03/2023 11h41
Hoje é o Dia Mundial do Algodão (
World Cotton Day - WCD
), data lançada oficialmente, em 7 de outubro de 2019, em Genebra, na Suíça, durante evento organizado pela
Organização Mundial do Comércio (OMC)
. A celebração é dedicada a uma das
commodities
que mais dinamizam o meio agrícola e a economia no planeta: o algodão.
A data foi estabelecida a partir de um pedido do “Cotton-4” (Benim, Burkina Faso, Chade e Mali), conjunto de países africanos produtores de algodão, às Nações Unidas para o estabelecimento do Dia Mundial do Algodão, com o objetivo de provocar, a cada ano, uma reflexão abrangente sobre a importância do algodão na qualidade de mercadoria global.
Em 2020 o evento do Dia Mundial do Algodão deu início às celebrações
on-line
, que se repetirão neste ano em vista das restrições sanitárias impostas pela pandemia da COVID-19 que causou, igualmente, forte impacto na cadeia algodoeira por todo o mundo.
O lema do Dia Mundial do Algodão 2021 é “
Cotton For Good
”, ou em tradução livre, “Algodão para Sempre”, destacando-se a importância da continuidade da produção desta fibra, que impacta a vida de 100 milhões de famílias produtoras em mais de 75 países dos cinco continentes.
A celebração do Dia Mundial do Algodão na OMC é apoiada pela
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)
, a
Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD)
, o
Centro Internacional de Comércio (ITC)
e o
Comitê Consultivo Internacional para o Algodão (ICAC).
O Algodão
O setor algodoeiro tem papel importante na economia mundial. Além de fornecer matéria-prima para a indústria têxtil, a cadeia do algodão gera produtos agrícolas, fibras, têxteis e confecções industriais e artesanais, e possibilita a utilização de subprodutos como oportunidades de negócios nas áreas de alimentos, saúde, cosméticos, entre outras, impulsionando as economias nacional e regional.
Segundo o Comitê Internacional do Algodão (ICAC), a expectativa é de um aumento da produção mundial de algodão de 3%, ou seja, de 25 milhões de toneladas, para a safra 2021/2022, registrando, também, um aumento na demanda de 12,4%, ou seja, 25,5 milhões de toneladas para 2020/2021.
O programa de cooperação técnica internacional do Brasil para o desenvolvimento da cotonicultura em países em desenvolvimento executa, atualmente, projetos nas modalidades bilateral e trilateral, com 15 países na África e 7 países na América Latina e no Caribe.
Conforme sublinha o Diretor da ABC, Embaixador Ruy Pereira,
“Para a ABC, o algodão reveste-se de grande importância, porque a ele estão dedicados numerosos projetos que constituem pilares importantes da coooperação técnica brasileira. As diversas iniciativas contribuem com o aprimoramento da produção do algodão; com a promoção do trabalho decente na cadeia de valor dessa commodity, com a facilitação do escoamento da produção de subprodutos do algodão associado a programas de alimentação escolar, entre outros, que permitem fortalecer e disseminar não só as reconhecidas vantagens competitivas da cultura do algodão frente a outras cadeias de valor do setor têxtil e de confecções, mas também possibilitam o intercâmbio de conhecimentos entre as instituições de excelência, públicas e privadas, brasileiras e dos países parceiros.”
Cooperação Bilateral
Na cooperação bilateral, dentre os 15 projetos na África, há destaque para a iniciativa regional “Integração Africana para o Melhoramento Genético Sustentável do Algodão”, por seu caráter inovador e abrangente. Inserida no âmbito das atividades desenvolvidas pelo Programa Bilateral Brasileiro de Apoio ao Fortalecimento da Cotonicultura em Países em Desenvolvimento da África, a iniciativa regional foi assinada em 12 de janeiro de 2021, e contempla a participação dos 15 países africanos parceiros da cooperação brasileira na África: Benim, Burkina Faso, Burundi, Cameroun, Chade,
Cotê d’Ivoire
, Etiópia, Malawi, Mali, Moçambique, Quênia, Senegal, Tanzânia, Togo e Zimbábue.
A iniciativa tem como objetivo impulsionar o intercâmbio regular entre pesquisadores, técnicos e instituições de pesquisa, no que diz respeito à troca de materiais genéticos de algodão, de protocolos e de relatórios de pesquisa; bem como ao estabelecimento, entre os pesquisadores, de um espaço de intercâmbio e/ou avaliação de propostas de pesquisa, de protocolos ou de resultados adquiridos individualmente ou coletivamente. Como resultado das trocas proporcionadas, espera-se contribuir para a identificação de variedades com maior adaptabilidade às secas e pragas encontradas nos países que integram o projeto, contribuindo, dessa maneira, para o aumento da produtividade algodoeira no continente africano.
Outro projeto importante, também assinado em 2021, é desenvolvido em parceria com o governo da Etiópia, para a “Melhoria da produção de algodão na região do vale do Rio Awash”. Para tal, está previsto o compartilhamento de conhecimentos técnicos brasileiros, por meio de treinamentos de curta duração naquele país ao corpo técnico e pesquisadores do Instituto Etíope de Pesquisa Florestal (EIAR) e a produtores rurais, além da doação de equipamentos e materiais, para a melhoria da infraestrutura daquele Instituto. A responsabilidade técnica do projeto, pelo Brasil, é da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (AMIPA) e da Universidade Federal de Lavras (UFLA). A iniciativa possui, como diferencial em relação aos demais projetos de algodão, o fato de trabalhar uma região em que predomina o cultivo irrigado do algodão.
Cooperação Trilateral
Já na cooperação Sul-Sul trilateral, encontram-se em execução, em parceria com diferentes agências especializadas das Nações Unidas, 4 projetos regionais e 15 projetos-país que visam ao fortalecimento do setor algodoeiro da África e da América Latina, a exemplo do projeto +Algodão, desenvolvido em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em sete países da América Latina e do Caribe (Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Haiti, Paraguai e Peru).
Além da FAO, o Governo brasileiro estabeleceu iniciativas de cooperação Sul-Sul trilaterais com o Centro de Excelência Contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (CdE/PMA), em Brasília, para apoiar os pequenos produtores de algodão e as instituições públicas de 4 países africanos (Moçambique, Quênia, Tanzânia e Benin) no escoamento da produção dos sub-produtos do algodão e de produtos advindos da produção consorciada de algodão; com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), para promover o trabalho decente em países produtores de algodão na África e na América Latina (Paraguai, Peru, Mali e Moçambique); e com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), buscando melhorar a efetividade e a transparência dos sistemas de registro de agrotóxicos dos países cotonicultores da América Latina e Caribe