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Da competição para a colaboração
Esta é a convicção do presidente da cooperativa, agricultor Kagiso Nkago, que declara, convicto, o papel que a assistência técnica provida pelo Brasil teve na operacionalização da Cooperativa. “Com o conhecimento compartilhado pelo Brasil, pudemos estabelecer a Cooperativa de forma muito mais estruturada. Antes, não sabíamos os benefícios de fazermos parte de uma cooperativa, os agricultores trabalhavam sozinhos. Com a Cooperativa, aprendemos a trabalhar juntos” .
“Vamos continuar crescendo. Estamos onde estamos por causa do Brasil. Queremos ser um exemplo para a região, e para outras cooperativas. Já estamos, inclusive, sendo procurados para prestar apoio a outras cooperativas” , relatou Kagiso.
Na Cooperativa de Kweneng North, as mulheres ocupam papéis de liderança, e são reconhecidas por tal. Para o Presidente da instituição, “não teríamos chegado até aqui se não fosse pelo trabalho conjunto com as mulheres. Tudo funciona melhor com a gestão delas” , afirmou Kagiso. “Precisamos agora é de mais cooperados. Há cerca de 45 agricultores na região e queremos muito que eles também façam parte da Cooperativa”.
O agricultor afirma que há aspectos culturais que impedem que os agricultores se tornem cooperados. Além de resistirem ao pagamento da taxa de adesão, que representa o capital da instituição para o desenvolvimento das suas atividades, existe ainda a incerteza relacionada ao futuro do setor agrícola no país.
Para o Diretor do Centro de Treinamento em Cooperativismo de Botsuana, as cooperativas são um meio coletivo que pode garantir o sustento individual de cada membro. “Em Botsuana, existem atualmente cerca de 270 cooperativas, sendo a maioria agrícola. A agricultura é uma área importante para garantirmos emprego para os jovens que vivem no meio rural. Por isso precisamos fortalecer ainda mais o cooperativismo no país” , alertou.
O Embaixador do Brasil em Botsuana, Ricardo Diniz, que participou da visita às propriedades agrícolas, afirma estar acompanhando a iniciativa desde o início: “Já começamos a ver os produtos daqui em Gaborone”, destacou. “Queremos continuar colaborando com o governo de Botsuana para identificarmos prioridades para uma próxima fase do projeto” , concluiu.
Como principais necessidades identificadas para a sustentabilidade futura da Cooperativa estão o aumento no número de cooperados e a construção de um sistema de coleta, armazenamento e distribuição apropriada dos produtos cultivados.
Autor: Janaina Plessmann