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Curso sobre alimentação escolar capacita três mil profissionais de seis países
O curso Alimentação Escolar como Estratégia Educativa para uma Vida Saudável foi concluído, em 11/08, durante webinário ao vivo, com mais de 1.800 visualizações em tempo real nas redes sociais da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) . A sessão de encerramento teve como tema principal a transformação dos sistemas alimentares por meio de programas de alimentação escolar sustentáveis.
Realizada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE) , pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC) e pela FAO, esta segunda edição capacitou mais de três mil profissionais da Colômbia, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru e República Dominicana.
No total, as duas edições do curso, que integram as atividades regionais do projeto Consolidação dos Programas de Alimentação Escolar na América Latina e no Caribe, do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO, capacitaram cerca de cinco mil profissionais da área de alimentação escolar da região. A iniciativa faz parte dos compromissos da Rede de Alimentação Escolar Sustentável (RAES), implementada pelo Governo do Brasil com o apoio da FAO, que tem o objetivo de promover o desenvolvimento de capacidades e a troca de experiências entre países para fortalecer os programas de alimentação escolar em cada nação.
Israel Ríos-Castillo, Oficial de Nutrição da FAO Mesoamérica, apresentou dados do relatório global O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional (SOFI, na sigla em inglês), com destaque às 811 milhões de pessoas que passaram fome em 2020. Especificamente na América Latina e no Caribe, 59,7 milhões de pessoas não tiveram acesso a alimentos suficientes, o que constitui uma violação do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA). Além da insegurança alimentar, Castillo mencionou que as dietas saudáveis foram inacessíveis para 113 milhões de pessoas na região. “Os programas de alimentação escolar podem fazer a diferença para entregar uma alimentação saudável, em conjunto com outras políticas públicas, para transformar os sistemas alimentares em modelo mais sustentável, mais sensível à nutrição, que respeite o meio ambiente e permita a garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada” , afirmou.
RAES
A coordenadora, pela FSAO, do projeto Consolidação dos Programas de Alimentação Escolar na América Latina e Caribe, Najla Veloso, destacou os altos indicadores de desnutrição e fome, a má qualidade da alimentação de milhões de pessoas, as perdas e desperdícios e o enfraquecimento dos recursos naturais. Segundo Veloso, a política pública alimentar é uma das mais transversais, envolvendo saúde, agricultura, educação, desenvolvimento humano e o DHAA. Para trabalhar todos esses elementos, Najla destacou que “união e cooperação são fundamentais” , ressaltando o papel da RAES.
Paola Barbieri, Analista de Projetos da ABC, declarou que essa ação de capacitação coloca a cooperação Sul-Sul alinhada ao propósito de unir esforços globais na busca de soluções para os sistemas alimentares. Barbieri destacou a RAES, lançada em 2018, como um espaço de intercâmbio contínuo, de diálogo e de capacitação, tendo como eixo a alimentação escolar sustentável na América Latina. "Esperamos que todos vocês sejam agentes de mudança em seus respectivos países."
Bruno Silva, Assessor Internacional do FNDE, falou da importância da cooperação. “A Rede é um grande exemplo de cooperação” , disse. O assessor sugeriu que os países construam em conjunto as melhores soluções possíveis para a alimentação escolar e informou que esse curso inspirou a preparação de uma edição em português, direcionada para profissionais do Brasil.
O Representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala, destacou que a pandemia, as mudanças climáticas, a fome e a obesidade exigem mudanças urgentes na forma de produzir, distribuir e consumir alimentos. “A alimentação escolar será um dos grandes temas da Cúpula dos Sistemas Alimentares, a realizar-se em setembro. Qual o melhor lugar para começar a mudar a cultura alimentar do que as escolas? Qual processo melhor do que usar programas de alimentação escolar sustentáveis?” , apontou Zavala.
Em nome dos escritórios nacionais da FAO nos países participantes do curso, Agustín Zimmermann, Representante da FAO no Equador, disse que este curso está alinhado com o marco estratégico da Organização, que visa a transformação dos sistemas agroalimentares. O Representante destacou o papel da alimentação escolar como um dos programas de proteção social mais importantes da região. “Consideramos a alimentação escolar e a educação alimentar e nutricional como estratégias altamente eficazes para promover a formação dos jovens, para que eles e seu ambiente familiar sejam mais responsáveis, conscientes e críticos sobre questões relacionadas com a alimentação. Todos temos um papel a cumprir neste caminho para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” , frisou.
Fonte: Com informações e foto: FAO