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Cultivo sustentável do açaí: Brasil e Suriname compartilham conhecimento sobre a produção do fruto amazônico
Representantes da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), e especialistas da Universidade Federal de Viçosa (UFV), instituições parceiras do projeto, conheceram de perto as práticas produtivas mais utilizadas naquele país sul-americano, assim como as principais dificuldades enfrentadas na exploração da cultura do açaizeiro.
Com base nas informações compartilhadas, a equipe da UFV analisou as principais medidas a serem recomendadas, respeitando a realidade local e as condições, de modo a permitir a melhoria das práticas produtivas surinamesas. O objetivo é propagar o açaizeiro e aumentar o nível de qualidade do processo de cultivo do fruto.
Espera-se, com a implementação do projeto, contribuir para o aprimoramento das condições atuais de propagação das plantas do açaí, usando materiais de baixo custo ou até mesmo reutilizando parte dos insumos já existentes nas propriedades.
Sistemas agroflorestais
A visita dos especialistas brasileiros indicou que, tendo em vista os locais visitados e a necessidade dos produtores surinameses, faz-se necessário iniciar treinamento dos agricultores locais para a exploração do açaizeiro em sistemas agroflorestais. Dentre os temas das capacitações, consta o uso correto de adubo, um dos desafios encontrados durante a visita às áreas de produção.
Foram identificados, pelo menos, três sistemas de exploração da cultura do açaizeiro. Uma unidade experimental será utilizada para os cursos, uma vez que já conta com um pomar instalado em boas condições.
Processamento
Toda a cadeia de beneficiamento do fruto foi analisada pelos professores da UFV. A necessidade de padronização do processamento é um dos pontos a serem ajustados, o que envolve tanto os coletores quanto os processadores de açaí. Todo o processo de colheita, armazenamento e processamento é realizado de forma artesanal no Suriname.
As capacitações abrangerão, igualmente, a disseminação de técnicas simples de avaliação dos frutos, a seleção e a padronização do processo, incluindo relato das normativas brasileiras que regulam a comercialização de polpas e derivados do açaí, uma vez que, atualmente, a comercialização do produto final não passa por vistoria ou regulamentação.