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COVID-19: Brasil recebe equipamentos médicos do Japão
ABC e JICA participam de cerimônia de entrega da doação à FIOCRUZ, do Ministério da Saúde.
Publicado em
13/06/2022 00h00
Atualizado em
15/07/2024 12h43
O Governo do Japão doou equipamentos médicos à Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e ao Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA), no âmbito do projeto de cooperação técnica “Melhoria da Capacidade Institucional contra a Covid-19”. No caso da FIOCRUZ, essa doação beneficia o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) e o Instituto Oswaldo Cruz (IOC), com o objetivo de contribuir para a melhoria da capacidade institucional do País na luta contra a COVID-19.
A cerimônia de doação de equipamentos foi realizada em 12/05. Na ocasião, comitivas da repartição consular do Japão no Rio de Janeiro, d a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), visitaram a FIOCRUZ, no Rio de Janeiro, e reiteraram o propósito de manter e reforçar as parcerias existentes entre os dois países nessa área. Foram doados equipamentos para os laboratórios de Tecnologia Imunológica e o Núcleo de Liofilização Experimental e de Tecnologia Diagnóstica, em Bio-Manguinhos, assim como equipamentos de tomografia computadorizada para o Laboratório de Inflamação, no IOC. A cerimônia de doação ao Laboratório LIKA aconteceu uma semana antes, no dia 5 de maio de 2022, no Recife.
A presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade Lima, ressaltou, durante a cerimônia de entrega da carta que oficializou a doação japonesa, a perspectiva para o futuro. “Quero destacar a importância que essa cooperação tem para nós, olhando em uma perspectiva histórica e com um olhar de futuro” , disse. “Temos certeza de que essa doação tão bem-vinda, que vai contribuir para o avanço da pesquisa e do diagnóstico, no campo das vacinas, como é nossa história de cooperação, certamente fortalecerá cada vez mais nossos laços e estaremos sempre prontos para discutir uma agenda para um futuro de forte cooperação entre instituições japonesas e brasileiras”.
Nísia agradeceu a presença de Teiji Hayashi, Embaixador do Japão em Brasília, afirmando ser uma honra ter a parceria histórica renovada em um momento de tantos desafios para a FIOCRUZ, o Brasil e o mundo. O Embaixador Hayashi disse que a doação “dá continuidade às relações de cooperação amistosa entre os dois países, de modo a contribuir para o fortalecimento dos atendimentos médicos no Brasil”.
Já o representante chefe da JICA no Brasil, Masayuki Eguchi, ressaltou que a doação foi resultado de uma ação global da agência em resposta à pandemia, cujo objetivo é fortalecer o sistema de saúde dos países em desenvolvimento. “Nos traz muita alegria saber que conseguimos contribuir com o objetivo desse trabalho, de melhorar a capacidade técnica no que diz respeito ao diagnóstico e à vacina, no enfrentamento da COVID-19. A JICA continuará prestando apoio à FIOCRUZ ”.
A Diretora-Adjunta da ABC, Ministra Mariana Madeira, saudou o que chamou de uma “parceria profícua e tradicional” entre os dois países. “Destaco o papel central da FIOCRUZ, que tem dado resposta no enfrentamento a essa luta contra a pandemia. Se não tivéssemos instituições como a Fundação, seria muito difícil respondermos adequadamente aos desafios. Esperamos que essa doação possa dinamizar ainda mais o trabalho dos pesquisadores”, afirmou a diplomata.
O Cônsul-Geral do Japão no Rio de Janeiro, Ken Hashiba, e o vice-Cônsul do Consulado-Geral do Japão no Rio de Janeiro, Hiroki Muya, compareceram à cerimônia.
Equipamentos
Durante a visita à FIOCRUZ, a delegação japonesa visitou os laboratórios onde os equipamentos doados foram instalados. A visita incluiu a Fábrica de Vacinas de Bio-Manguinhos.
O gestor da Coordenação Tecnológica de Bio-Manguinhos, Antonio Barbosa, agradeceu os equipamentos destinados aos laboratórios de Tecnologia Imunológica e ao Núcleo de Liofilização Experimental, no Pavilhão Rockfeller, e de Tecnologia Diagnóstica, no Pavilhão Rocha Lima. “Estes equipamentos vão colaborar sobremaneira para as atividades de nossas equipes de desenvolvimento tecnológico” . Ele destacou que os acordos estabelecidos na década de 1980 entre o Brasil e o Japão, além do legado para a saúde pública do Brasil, “colaboraram para nossa cultura de busca permanente por infraestrutura laboratorial e fabril necessárias à produção nacional de imunobiológicos, e, consequentemente, para a consolidação do Complexo Econômico-Industrial da Saúde” .
A Diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge, reforçou o caráter colaborativo e a disposição do Instituto para firmar acordos de cooperação. “Temos interesse em consolidar parcerias com as diversas instituições japonesas que encantam os nossos pesquisadores com o seu potencial. Estamos disponíveis para visitas e interações nos campos que são do nosso escopo de trabalho, como doenças infecciosas, doenças crônicas degenerativas, ambiente e saúde, educação e promoção da saúde, e biologia celular e molecular básica, que nos confere um grau de excelência, junto com a biologia parasitária” , pontuou.
Parceria
A longa relação de cooperação em saúde entre o Brasil e o Japão foi relembrada durante o evento. Iniciada na década de 1980, por meio da JICA e da FIOCRUZ, a parceria possibilitou o compartilhamento de tecnologia de produção das vacinas contra o sarampo e contra a poliomielite. Os acordos colaboraram para a eliminação da pólio e o controle do sarampo no Brasil. Em seguida, foi desenvolvido um projeto de capacitação de profissionais que possibilitou o intercâmbio de experiências.
“Manter as relações de cooperação com uma instituição altamente reconhecida em âmbito mundial, como a FIOCRUZ, tem um grande significado. É de nosso interesse dar continuidade a essa cooperação” , afirmou o Cônsul-Geral do Japão no Rio de Janeiro, e agregou que “Faço votos para que essas medidas possam contribuir para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e para o aumento da produção e das relações amistosas nipo-brasileiras” .
Akira Homma, assessor científico sênior de Bio-Manguinhos, fez parte, desde o início, dessas parcerias, a partir de 1980. Ele destacou a importância da comunidade nipodescendente no País. “Eu mesmo sou fruto deste vínculo e tenho orgulho de ter colaborado para o reforço dessas relações com o estabelecimento da parceria para incorporação das tecnologias das vacinas de sarampo e poliomielite” .
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