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Cotonicultores da África e da América Latina debaterão oportunidades de cooperação no Brasil
Entre os 36 participantes vindos da AL e os 32 oriundos da África, estarão presentes também representantes do governo de alguns países. O 11º CBA, realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) , é uma oportunidade para que os parceiros da cooperação brasileira troquem experiências e reforcem laços de solidariedade, para o fortalecimento da cultura do algodão.
Durante o Congresso, além da apresentação detalhada dos projetos por meio de um estande interativo, a ABC, em conjunto com os seus principais parceiros de cooperação no setor do algodão, promoverá uma oficina para abordar os desafios e oportunidades da cooperação Sul-Sul na cadeia de valor do algodão.
Segundo o Diretor da ABC, embaixador João Almino, o fortalecimento da cadeia produtiva do algodão nos países cooperantes se estende a várias frentes, como a promoção do trabalho decente, por exemplo. “São ações importantes para aqueles países e para o Brasil. Um exemplo é o que aprendemos no campo fitotécnico. No combate e controle de pragas que ainda não existem por aqui, mas que, eventualmente, podem migrar, e, dessa forma, podemos nos preparar. Outro ganho é no acesso a novos materiais genéticos, que promove a diversificação nas lavouras brasileiras" , explica o embaixador. Ainda segundo o diretor da ABC, as discussões multilaterais e os vínculos que o Brasil estabelece com esses países são de grande relevância política, e também colaboram para o incremento do consumo de algodão. "Enfatizamos o uso das fibras naturais ante as sintéticas, e isso se reflete em toda a cadeia produtiva" , afirma.
O Diretor da ABC participará da mesa de abertura oficial do evento, no dia 29, na qual estarão presentes o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi; o governador do Estado de Alagoas, Renan Filho; o prefeito de Maceió, Rui Palmeira; e o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, para quem a participação de representantes de outros países no 11º CBA cria uma oportunidade de benchmarking muito salutar, nos âmbitos agronômico, político, social ou econômico.
"O Brasil é uma liderança no bloco da América do Sul, e, sem dúvida, um player importante no mundo. Abrir-nos à discussão e à solidariedade sempre pode contribuir para o nosso aprimoramento. Cooperação é sempre uma via de mão dupla" , conclui o presidente da Abrapa.
Programa brasileiro de cooperação técnica Sul-Sul para o setor algodoeiro
A cooperação Sul-Sul na área do algodão, desenvolvida entre o Brasil e países em desenvolvimento por meio do compartilhamento de experiências e conhecimento técnico, iniciou-se em 2009, através da implementação do projeto Cotton-4. Com o objetivo de contribuir para o aumento da competitividade da cadeia produtiva dos pequenos produtores de algodão no Benim, Burquina Faso, Chade e Mali, a iniciativa contava com recursos da ABC.
A partir de 2012, após a primeira vitória do Brasil contra os Estados Unidos no contencioso do algodão, pleiteado no âmbito da Organização Mundial do Comércio (em 2009), a cooperação brasileira no setor algodoeiro ganhou um novo impulso e se expandiu para outros países do continente africano, AL e Caribe. Os projetos de cooperação técnica, a partir de então, passaram a aplicar recursos do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), com os quais foi possível, por exemplo, capacitar em torno de 4,5 mil pessoas em países da África e da AL, entre os anos de 2014 e 2016.
Atualmente, o Brasil desenvolve cinco diferentes programas de cooperação em cotonicultura em 14 países africanos; e duas iniciativas em seis nações latino-americanas e uma caribenha. Os projetos são implementados por meio de duas modalidades: a bilateral, em que as parcerias estabelecidas para a realização das ações se dá diretamente entre o Brasil e o governo dos países cooperantes; e a trilateral, em que um organismo internacional também participa do projeto, contribuindo com a sua expertise no tema. Nos programas no setor do algodão, foram estabelecidas parcerias com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) .
Vale ainda ressaltar que as iniciativas são realizadas sempre em conjunto com instituições brasileiras de excelência na área do algodão, como a Abrapa, a Embrapa , a UFLA – Universidade Federal de Lavras e a Asbraer – Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural , além de secretarias especializadas do Ministério do Trabalho e do Ministério do Desenvolvimento Social.
28 de agosto de 2017
Imprensa ABC
Janaina Plessmann – Analista de Comunicação da ABC
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