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Cooperação em alimentação escolar: Quênia conhece boas práticas do semiárido brasileiro
Representantes do governo do Quênia realizaram visita técnica ao Rio Grande do Norte, entre 25 e 29/11, para trocar experiências sobre práticas de programas de alimentação escolar, integrando abordagens sustentáveis e adaptadas ao clima.
A agenda incluiu apresentações sobre os programas de alimentação escolar nos dois países, visitas a escolas urbanas, escolas rurais e cooperativas que contam com iniciativas de tecnologias sociais e sustentáveis.
A visita foi organizada no âmbito da parceria entre a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e o Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil. A missão contou com apoio do WFP Quênia e do governo do estado do Rio Grande do Norte.
O governo do Quênia tem como meta ampliar o seu programa nacional de alimentação escolar para beneficiar 10 milhões de crianças até 2030. Durante a visita, a delegação passou pelas cidades de Natal, Mossoró e Apodi, escolhidas por estarem em região de semiárido, semelhante à realidade no Quênia.
Programação
Como parte das visitas de campo, a delegação conheceu a Cooperativa de Agricultores Familiares de Mossoró, que fornece alimentos para o Plano Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), e visitou a horta escolar e sistema de armazenamento hídrico (cisterna) em uma escola estadual. O grupo teve, ainda, oportunidade de conhecer a rede Xique-Xique de mulheres produtoras de alimento agroecológicos fornecidos às escolas e a Associação de Produtores e Produtoras da Feira Agroecológica de Mossoró.
Para Felipe Albuquerque, do FNDE, receber delegações estrangeiras é uma forma de divulgar experiências brasileiras testadas e adaptáveis para outras realidades. “Através da cooperação técnica, o Brasil pode colaborar com a ampliação do programa de alimentação escolar queniano e com a ampliação das compras da agricultura familiar. Através dessa troca, as instituições brasileiras também podem aprender e desenvolver novas práticas e processos, se beneficiando desse contato”, disse.
A analista de projetos da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Riffat Iqbal, disse que esse foi um excelente momento de aproximação entre os países. “Também pudemos aprender com o Quênia, em especial no tema da convivência com o semiárido. Ademais, no próximo ano, o Brasil, a FAO, o FIDA e o WFP e o Quênia aprofundarão a cooperação na área de alimentação escolar conectada à agricultura familiar”, disse.
Como resultado da visita, um plano de ação será construído para ampliar o programa de alimentação escolar queniano, com diretrizes que contemplem a agregação de pequenos agricultores e um roteiro revisado para adoção de práticas modernas de cozimento em escolas, desenvolvido a partir da experiência brasileira.