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Cooperação e solidariedade: a formação de um diplomata peruano no Brasil
Mestre em sociologia e doutor em desenvolvimento sustentável, Berchman veio estudar no Curso de Formação de Diplomatas do Instituto Rio Branco com parte da sua formação como diplomata. “Gostei muito do desenvolvimento acadêmico aqui do país, além do ambiente, da forma das pessoas serem, do calor humano dos brasileiros, dessa solidariedade com a qual o Brasil recebe os estrangeiros”, elogia. “Eu considero o Brasil como a minha segunda casa hoje”.
Entre os momentos mais marcantes de sua formação no Instituto, Berchman destaca uma visita de estudos à Amazônia. Com o foco crescente no bioma devido à COP 30, que acontecerá em Belém, em 2025, a experiência adquiriu um novo significado. “A Amazônia regula o clima não apenas dos países amazônicos, mas de toda a América do Sul. No Peru, temos uma conexão profunda com a floresta por nossa posição andino-amazônica”, reflete. A viagem reforçou sua percepção sobre o papel estratégico da preservação ambiental e a necessidade de cooperação internacional no tema.
Ao diplomata, não faltam elogios para o acolhimento do povo brasileiro, a empatia e o desenvolvimento da confiança, que ele acredita serem características fundamentais na diplomacia. “Eu acho que para nós, latino-americanos, é mais fácil desenvolver vínculos de confiança”, afirma. “Mas os brasileiros têm algo muito natural no dia-a-dia, além da empatia, que são qualidades importantes e fundamentais para o nosso trabalho enquanto diplomatas”, reforça.
Futuro
Antes de vir para o Brasil, o diplomata estava lotado na direção-geral de África e Oriente Médio da chancelaria. “Ficarei dois anos servindo a chancelaria e, depois, vou servir no exterior. Nesse período, espero replicar algumas das coisas que vi aqui no Instituto Rio Branco, em meu país”.
“Agora eu volto para Peru com uma malha cheia de aprendizados e grandes amizades que espero manter para a vida toda”, desabafa Vargas. “Será incrível encontrar os colegas no futuro, em algum país, no Peru, no Brasil, na África”, planeja ele, considerando a diversidade de colegas participantes da turma de 2024.
“Cooperação, para mim, é a solidariedade que existe para superar problemas comuns a partir da ajuda que o outro pode dar, ou da ajuda que podemos dar pro outro. A solidariedade é fundamental para resolver problemas que, às vezes, um país sozinho não encontra os caminhos e precisa ‘pegar carona’ na experiência de outros países, ou da mão amiga de um Estado parceiro”, define.
Além de Vargas, outros sete estrangeiros foram selecionados para estudar no Brasil. A turma de colegas de Berchman incluiu, além dos estudantes brasileiros, diplomatas do Equador e de seis nações africanas: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
A oferta de vagas para estrangeiros no Curso de Formação de Diplomatas é possível por meio da cooperação internacional do Brasil com diversos países parceiros. Desde 1976, 298 estudantes estrangeiros já foram formados no Instituto Rio Branco.