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Cooperação brasileira contribui para o aumento da produção algodoeira no Mali
De acordo com o Instituto de Economia Rural (IER) do Mali, parceiro da iniciativa de cooperação técnica que o Brasil desenvolve em conjunto com o governo do país africano, o projeto “ Cotton 4 + Togo ”, a perspectiva local é de que a iniciativa tem sido efetiva em apoiar a produção algodoeira do país. A declaração foi dada recentemente ao diplomata brasileiro Felipe Goulart, que se encontra temporariamente à frente da Embaixada do Brasil no Mali.
Segundo o Diretor-Geral do IER, Abdoulaye Hamadou, o Brasil está contribuindo para a diversificação genética das sementes de algodão do país, o que agrega valor à produção local. Em 2017, a produção algodoeira do Mali tornou-se a maior de todo o continente africano, marca importante para uma nação em que cerca de 4 milhões de pessoas dependem do algodão para sobreviver.
Outro ponto importante da iniciativa é a capacitação de pesquisadores, extensionistas e produtores. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) , instituição implementadora do projeto pelo lado brasileiro, a partir do compartilhamento de conhecimentos e experiências, dissemina tecnologias para melhor gestão do solo, promovendo o aperfeiçoamento das técnicas utilizadas na cadeia produtiva do algodão, o que impulsiona maior segurança alimentar no país.
Hamadou destacou ainda a oportunidade de intercambiar experiências com outros países africanos produtores de algodão. Segundo ele, a rede de contatos tecida entre os especialistas brasileiros e os países parceiros da cooperação do Brasil proporciona um valioso meio para a circulação de boas práticas. A Unidade de Aprendizagem de Sotuba, implementada pela cooperação brasileira em Bamako, tornou-se um centro de diálogo e compartilhamento de conhecimentos para essas nações.
Cooperação brasileira no setor algodoeiro
A iniciativa “ Cotton 4 + Togo ”, coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) , em parceria com a Embrapa e com financiamento do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) , apoia, desde 2014, o desenvolvimento do setor algodoeiro no Benim, Burquina Faso, Chade, Mali e Togo. O objetivo é compartilhar as tecnologias brasileiras na área de produção de algodão com pequenos produtores destes cinco países, de modo a aumentar a produtividade, gerar diversidade genética e aprimorar a qualidade do produto cultivado. De 2009 a 2013, uma primeira fase já era implementada nestes países, com exceção do Togo.
ABC e Embrapa também desenvolvem o projeto de cooperação em cotonicultura, “ Cotton Shire-Zambeze ”, em parceria com os governos de Moçambique e Malawi, desde 2015. No caso do Quênia, Tanzânia e Burundi, a iniciativa “ Cotton Victoria ” é implementada em conjunto com a Universidade Federal de Lavras (UFLA) , desde 2016.
O Programa brasileiro de cooperação Sul-Sul na área de algodão traz importantes benefícios de cunho político, econômico e técnico para o país. O Programa vem fortalecendo o apoio dos países parceiros na África e na América Latina às posições do Brasil nos fóruns internacionais, além de projetar o País como líder e fonte inspiradora de desenvolvimento agrícola. Os projetos permitem também introduzir variedades brasileiras de algodão em outros continentes, o que contribui para verificar o potencial e a resistência das sementes em diferentes condições.
Autor: Comunicação/ Agência Brasileira de Cooperação (ABC)