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Cientistas etíopes participam do 21º Congresso Mundial de Ciências do Solo, realizado no Brasil
Entre os dias 12 e 17 de agosto, quatro cientistas do Instituto Etíope de Pesquisa Agrícola (EIAR, da sigla em inglês) participaram do 21º Congresso Mundial de Ciências do Solo , no Rio de Janeiro. O evento discutiu soluções agrícolas para prevenir ameaças à segurança e soberania alimentar no contexto das mudanças ambientais e climáticas. A presença dos especialistas africanos se dá no âmbito de uma iniciativa de cooperação técnica promovida pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) em parceria com a Embrapa Solos .
O projeto “Fortalecimento da Capacidade Técnica Etíope na Exploração e Manejo Sustentável de Florestas” busca fortalecer o manejo de solos ácidos no país africano.
Os quatro cientistas também participarão do 6th Sustainable Phosphorus Summit (6ª Conferência sobre o Uso Sustentável do Fósforo, tradução livre), entre os dias 20 e 22 de agosto, em Brasília. O evento multidisciplinar reunirá cientistas e experts do tema para discutir mecanismos de conscientização sobre as consequências do uso indevido do fósforo na agricultura.
Cooperação técnica Brasil-Etiópia
A iniciativa de cooperação técnica entre Brasil e Etiópia, coordenada pela ABC, em parceria com a Embrapa Solos e com o Instituto Etíope de Pesquisa Agrícola (EIAR), tem o objetivo de elevar o potencial produtivo dos solos etíopes a partir da correção da acidez. A parceria vai disseminar boas práticas de calagem - processo de preparo do solo para cultivo agrícola no qual se aplica calcário para neutralizar o alumínio tóxico e elevar os teores de cálcio e magnésio.
Para o desenvolvimento do projeto, o Brasil compartilhará com a Etiópia experiência de sucesso desenvolvida no Cerrado brasileiro e que foi determinante para a transformação dos solos deste bioma, na década de 1970. Considerado improdutivo e com baixo potencial de aproveitamento agrícola, é hoje um dos mais pujantes do agronegócio brasileiro.
O chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Solos, Vinícius Benites, acredita que os resultados sejam igualmente positivos no país africano, já que as condições climáticas e de solos são similares.
“Primeiro, vamos identificar as fontes de calcário na Etiópia, trazer amostras para caracterizar no Brasil e, depois, determinar as curvas de resposta à calagem para desenvolver um sistema de recomendação”, explica Benites. Segundo ele, esses estudos permitem identificar as melhores fontes de calcário. “A calagem permite um potencial de ganho superior a 300%.”
Após essa fase, a tecnologia será compartilhada com pesquisadores e técnicos etíopes, que atuarão como multiplicadores no país.
Fonte: Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e Embrapa Solos