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Brasil promove curso internacional de boas práticas e inovação em saneamento e recursos hídricos
O Curso Internacional de Boas Práticas de Gestão e Inovação na Operação de Sistemas de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário”, oferecido pelo Programa de Treinamentos a Terceiros Países (TCTP) e implementado pela Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR), encerrou sua segunda edição no dia 12 de março de 2022. O treinamento foi realizado no âmbito do Programa de Parcerias Brasil-Japão (JPBB) e foi coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), e pela A gência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), capacitando profissionais dos setores de abastecimento de água e esgotamento sanitário, para o fortalecimento de recursos humanos de instituições congêneres à SANEPAR em Angola, Cabo Verde, El Salvador, Guatemala, Paraguai e Peru.
Durante 22 encontros virtuais, 12 profissionais tiveram acesso a conteúdos dos processos de água e esgoto da companhia de saneamento paranaense e puderam identificar oportunidades de cooperação entre seus países e as entidades organizadoras. No encerramento do treinamento, cada participante apresentou de que forma os conhecimentos abordados no curso poderão ser aplicados em seus países, gerando aprimoramentos e valor para a sociedade.
No que diz respeito à água, foram abordadas práticas de manejo e conservação de mananciais, otimização dos processos produtivos, com foco no uso eficiente da energia, incluindo a geração de energia elétrica a partir de turbinas e de placas solares. Já o tema esgoto trouxe oportunidades para implantação de redes eficientes coletoras e de aplicação do conceito de economia circular, contemplando a reciclagem do lodo na agricultura e a produção e o aproveitamento energético do biogás.
A assessora do Departamento para o Manejo de Resíduos Sólidos do Ministério de Ambiente e Recursos Naturais da Guatemala, Maria Mayen, disse que o curso foi enriquecedor. “O conhecimento poderá ser aplicado no momento em que os municípios forem projetar suas estações de tratamento de esgoto, já planejando para que sejam sustentáveis desde o começo com aproveitamento do material resultante do processo em outra atividade” , disse.
O arquiteto sênior da Província de Cunene, em Angola, Édio Gentil Saumbwako José, avaliou que o curso se realizou em momento bastante oportuno para a realidade angolana, em especial por conta das grandes alterações climáticas registradas nos últimos anos no Sul daquele país, agravadas pela insuficiência de investimentos no aproveitamento das potencialidades hídricas. O angolano referiu-se ao componente da gestão e manutenção dos grandes arranjos hidráulicos, como os sistemas de captação, tratamento e distribuição de água, bem como a transferência de grandes volumes dos rios, em épocas de cheias, para barragens de retenção de água que podem ser usadas nos períodos de crises hídricas.
Saumbwako destacou que a formação de pessoal qualificado é a melhor aposta, em função da falta de quadros locais, para gestão e operacionalização dos sistemas. “Por isso, congratulamos a parceria e a assistência técnica de todos os atores envolvidos na realização desta formação, com realce à ABC, JICA e SANEPAR” , disse.
Gustavo Possetti, Gerente de Pesquisa e Inovação da SANEPAR, e também coordenador e instrutor do curso, ressaltou que a iniciativa fortaleceu os laços técnicos e institucionais entre as partes, potencializando ações colaborativas . “O compartilhamento de conhecimentos e a troca de experiências são fundamentais para a promoção do saneamento ambiental sustentável nas nações. Durante o curso, a SANEPAR demonstrou boas práticas e inovações, fruto da prestação de serviços qualificados de saneamento ao longo de décadas, ratificando sua visão” , afirmou.
Para a Agência Brasileira de Cooperação, o curso atingiu seu objetivo por meio do compartilhamento de conhecimentos entre os países cooperantes, promovendo possibilidade ampliadas para amenizar as diferenças de desenvolvimento nas regiões da América Latina e da África lusófona.