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Brasil participa de Comitê Mundial de Segurança Alimentar em Roma
Como tema central do evento, que reúne mais de 140 países de todos os continentes, está o combate à fome e todas as formas de mal nutrição no mundo. Na ocasião, além da realização de diversos debates temáticos, serão apresentadas as conclusões dos dois principais estudos realizados pelo Comitê: Estado da Segurança Alimentar e Nutricional 2018 (SOFI) e Estado da Alimentação e Agricultura (SOFA) .
Políticas públicas brasileiras relacionadas com tais temas serão destaque ao longo da semana de trabalhos, por meio da promoção de cinco eventos paralelos nos quais representantes brasileiros participarão de forma mais substantiva.
Iniciativas de cooperação técnica Sul-Sul trilateral com organismos internacionais estarão também em destaque. Os projetos, coordenados pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Itamaraty em parceria com importantes instituições brasileiras como o Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) , o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) , a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (SEAD) , o Ministério do Meio Ambiente (MMA) , o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) , compartillham, a pedido dos países parceiros, políticas brasileiras de excelência em temas como Alimentação Escolar, Agricultura Familiar, Políticas Agroambietais, Desenvolvimento Rural, entre outras.
Durante a abertura, o Diretor-geral do Programa Mundial de Alimentos/WFP , David Beasley, destacou o valor da alimentação escolar na construção do enfrentamento à fome ao redor do mundo. “ Toda criança tem o direto à alimentação e o nosso desafio é construir formas de como enfrentar os obstáculos que envolvem esta questão, que é crucial não só para o desenvolvimento humano mas, também, para alcançarmos a paz mundial. Como política efetiva, destaco o trabalho desenvolvido pelos programas nacionais de alimentação escolar, por exemplo, que têm sido um dos canais essenciais para este enfrentamento ”, destacou Beasley, acrescentando o esforço na construção das estratégias de colaboração discutidas no Comitê como “mola propulsora para salvar a vida de milhões de pessoas que ainda padecem ao redor do mundo”.
A agricultura familiar, fortalecida no Brasil por política pública que exige que ao menos 30% de todas as compras públicas de alimentos sejam feitas de agricultores familiares, também foi pauta no discurso do Diretor-geral da FAO, José Graziano. “ A agricultura familiar tem uma profundidade extraordinária em países que decidem investir na agricultura sustentável. Nesse sentido, os países que decidem pelo incentivo a esta política fomentam uma plataforma internacional que impulsiona a sustentabilidade no mundo ”. Grazianno acentuou ainda que este é um espaço para reforçar a ação dos governos que já trabalham esse fomento em suas políticas públicas locais e acrescentou o compromisso da FAO na construção de um CSA forte para debater temas importantes e fomentar o intercâmbio de conhecimento e desenvolvimento de capacidades com vistas ao compartilhamento de experiências.
O ministro do Desenvolvimento Social do Brasil, Alberto Beltrame, que também participou da abertura oficial do CSA, destacou que o Brasil tem direcionado grandes esforços para políticas de combate à fome e à pobreza e se colocou à disposição dos demais países para o compartilhamento de experiências.
Neste primeiro dia, destaque para um prêmio recebido pelo governo brasileiro, em reconhecimento à Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica; como também evento de debate sobre a Década da Agricultura Familiar, promovida pela ONU, e que terá início no próximo ano.
Na sexta-feira, dia 19, a ABC e a FAO promoverão um evento paralelo comemorativo aos Dez Anos do Programa Internacional de Cooperação Brasil-FAO , no qual as lições aprendidas desta década de ação conjunta serão apresentadas, assim como reflexões sobre os próximos passos.
O CSA
O Comitê de Segurança Alimentar Mundial (CSA) existe desde os anos de 1970 e, em 2009, em decorrência da severa crise mundial de alimentos, que jogou para debaixo da linha de desnutrição milhões de pessoas no mundo, passou por um profundo processo de reforma. O Brasil teve papel de destaque nessa transformação e o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) serviu de inspiração para o modelo inédito do Comitê da ONU (que incluiria outros atores, que não somente os governamentais).
O CSA coordena uma visão global de segurança alimentar e nutricional, promovendo convergência de ações em âmbitos nacional, regional e global, apoiando países e regiões, prestando contas e intercambiando boas práticas, que buscam desenvolver um marco estratégico que seja inclusivo e participativo.
Para saber mais sobre o CSA, é só acessar www.fao.org/cfs/cfs45
Autor: Comunicação/ Agência Brasileira de Cooperação (ABC)
Fonte: ABC/FNDE