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Brasil, México e Peru compartilham experiências do trabalho de mulheres artesãs
O evento foi desenvolvido no âmbito do Projeto +Algodão, iniciativa de cooperação sul-sul coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e sete países da região.
Na ocasião, foram ressaltados os papéis e os desafios enfrentados por mulheres do setor algodoeiro na América Latina. O evento ofereceu oportunidade para intercâmbio de experiências sobre a articulação da moda sustentável com produção artesanal, especialmente de fibras naturais como o algodão.
A representante da ABC, Mariana Falcão, ressaltou o compromisso da agência com a promoção de espaços de diálogo destinada a impulsionar o fortalecimento das capacidades das mulheres do algodão. "Através da colaboração e intercâmbio de conhecimentos, podemos alcançar progressos significativos para um futuro mais digno e próspero para todas".
A especialista em gênero da FAO, Catalina Ivanovic, sublinhou que as desigualdades de gênero ainda persistem, afirmando que as mulheres enfrentam sobrecarga de trabalho não remunerado, com diversas atividades que desempenham, como o trabalho doméstico,. "A FAO está comprometida com a equidade de gênero", afirmou a especialista.
Moda sustentável
Três palestrantes internacionais compartilharam suas experiências sobre moda sustentável. Do Brasil, Silmara Ferraresi, diretora de Relações Institucionais da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), apresentou um panorama sobre o movimento "Sou de Algodão", criado em 2016 para promover a moda responsável. "Nosso objetivo não é apenas valorizar a matéria-prima, mas também contribuir para a cadeia produtiva de algodão na sociedade. E, quando falamos sobre gênero, não podemos esquecer a contribuição das mulheres no setor algodoeiro". Segundo Ferraresi, estima-se que 61% da mão de obra na indústria têxtil brasileira seja feminina.
O estilista brasileiro Ronaldo Silvestre, criador do Instituto ITI, falou sobre o trabalho desenvolvido para fortalecer as habilidades de mulheres que sofreram algum tipo de violência, ou de idosas, para que aprendam uma nova profissão, a costura. O Instituto ITI já capacitou mais de 800 mulheres em Minas Gerais. Atualmente, está em curso um trabalho com um grupo de 67 mulheres que integram uma "fábrica social" e estão produzindo cerca de 70 mil uniformes para 12 mil alunos de escolas públicas, o que tem permitido garantir emprego e renda para essas mulheres e suas famílias.
Do México, Andrea Cesarman, cofundadora do Ensemble Artesano, apresentou o trabalho da plataforma que busca criar um espaço para conectar os produtos artesanais aos interessados em comprar. A arquiteta explicou que são realizadas atividades para conectar os produtos artesanais aos interessados em comprar. "E isso não inclui apenas a produção e venda, mas também todas as atividades complementares que são igualmente importantes, como formalidade, glossário fiscal, padronização de medidas e preços, cores e tendências, entre outros".